Petrobras privatiza Polo Potiguar e entrega estrutura de refino; petroleiros denunciam negociata
Os ativos do Polo Potiguar foram vendidos por US$ 1,38 bilhão. Segundo petroleiros, “não se trata de um negócio empresarial sério, e sim, de uma negociata”
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247 - A Petrobras informou que assinou nesta segunda-feira, 31, com a empresa 3R Potiguar, subsidiária integral da 3R Petroleum Óleo e Gás, um contrato para a venda da totalidade de sua participação em um conjunto de 22 concessões de campos de produção terrestres e de águas rasas, localizados na Bacia Potiguar, no Estado do Rio Grande do Norte.
Os ativos do Polo Potiguar foram vendidos por US$ 1,38 bilhão. O contrato prevê US$ 110 milhões nesta segunda; US$ 1,04 bilhão no fechamento da transação e US$ 235 milhões que serão pagos em 4 parcelas anuais de US$ 58,75 milhões, a partir de março de 2024, informa o Uol.
Em 2021, o Polo Potiguar produziu, em média, 20,6 mil barris de óleo por dia (bpd) e 58,1 mil m3/dia de gás natural. Além das concessões e suas instalações de produção, o contrato prevê a entrega da estrutura de refino, como a Refinaria Clara Camarão, localizada em Guamaré (RN) com capacidade instalada de refino de 39.600 bpd.
Em nota, o Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras do Rio Grande do Norte, filiado à Federação Única dos Petroleiros - CUT, reforçou sua discordância com o processo de privatização da Petrobras.
“O processo de transferência da operação dos campos produtores terrestres para a iniciativa privada, ao contrário do que geralmente é anunciado na imprensa, tem resultado em perdas na produção e, consequentemente redução na arrecadação de tributos e participações ao estado e municípios”, denunciam.
“A Bacia Potiguar, que em 2016 [ano do golpe de Estado] produzia 61,181 Mboed, produziu somente 37,436 Mboed em 2021, resultando assim, numa queda de 39%, para um período de 5 anos. Coincidência ou não, tais reduções aconteceram no período em que a estatal decidiu atender o Decreto N° 9188/2017, promulgado pelo Governo Temer, corroborado posteriormente, pelo Decreto N° 9355/18, do Governo Bolsonaro, adotando uma nova política de desinvestimentos dos seus ativos nas bacias produtoras da Região Nordeste”, argumentam.
“Tomando-se em conta que os ‘investidores privados’ vão receber além dos equipamentos de produção instalados e licenciados, duas bases operacionais completas (Mossoró e Alto do Rodrigues), duas Unidades de Processamento de Gás Natural e a Refinaria Clara Camarão (Guamaré)”, diz a nota, “quaisquer valores a serem pagos, menores que US$ 3,72 bilhões, pela venda dos ativos industriais em operação pela Petrobras no Rio Grande do Norte, ativos esses que são patrimônio da Nação Brasileira, significarão que tal processo de negociação não se trata de um negócio empresarial sério, e sim, de uma negociata, um verdadeiro butim, em que o patrimônio público está sendo entregue à verdadeiras aves de rapina, disfarçados de investidores, a preço de bananas na feira do Alecrim”.
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