Petrobrás avança na negociação em moedas nacionais, diz Prates

A Petrobrás também continua aberta a moedas digitais como o Bitcoin e tem um departamento analisando essa opção, acrescentou o CEO

Jean Paul Prates
Jean Paul Prates (Foto: SERGIO MORAES/REUTERS | Marcos Oliveira/Agência Senado)


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(Sputnik) - A gigante energética brasileira Petrobrás pode começar a negociar em moedas nacionais como o yuan, disse o CEO Jean Paul Prates à Sputnik. "Sim, vamos avançar para isso. Isso depende também das autorizações do Banco Central, do nosso Ministério da Fazenda. Mas hoje, com o atual governo, não temos resistência a isso. Temos falado sobre contratos em yuan. Estávamos falando de contratos para a Argentina, por exemplo, muito importantes, porque eles estão muito carentes de dólares. Então, quase seremos forçados a lidar com esse tipo de alternativa ao dólar", disse Prates à Sputnik nos bastidores do Seminário Internacional da OPEP em Viena. A Petrobrás também continua aberta a moedas digitais como o Bitcoin e tem um departamento analisando essa opção, acrescentou o executivo.

Mais países estão se afastando do dólar americano no comércio mútuo. No setor de energia, Rússia e Índia vêm explorando a opção de negociar em moedas nacionais, evitando a necessidade de usar o dólar americano, já que o país do sul da Ásia é um grande comprador de energia russa. No entanto, as negociações entre Moscou e Nova Délhi sobre a liquidação do comércio em rúpias foram suspensas em maio deste ano.

Na entrevista, Prates também defendeu expandir o uso de tecnologias de IA nas operações da Petrobrás, seguindo o exemplo de muitas outras empresas de petróleo e gás. "Sendo uma empresa com negócios offshore, muito, ultra profundos, precisamos ter robótica e também uma inteligência artificial, já estamos conseguindo muito controle e planejamento sendo feito por meio disso. Isso é algo que precisamos aplicar muito mais. Reconhecemos que estamos praticamente 10 anos atrasados ​​em relação aos nossos pares, perdemos pelo menos, com certeza, sete anos sem fazer nada e precisamos correr atrás disso. E também precisaremos incorporar os novos elementos de tecnologia nessas atividades também", disse Prates.

A indústria de petróleo e gás tem usado ativamente a inteligência artificial em suas operações, desde a avaliação geológica e perfuração até a otimização logística e rastreamento de ativos. Entre os principais usuários dessa tecnologia estão Shell, BP e ExxonMobil, de acordo com a GlobalData, empresa de análises com sede no Reino Unido.

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O CEO também indicou que espera-se que a produção de petróleo do Brasil continue crescendo este ano e em 2024 em cerca de 4-5%. "Temos dois novos FPSOs [navio flutuante de armazenamento e descarga] que saíram agora, este ano. Então, podemos ter outro incremento de 4% ou 5%... este ano e no próximo também, por causa dos planos que já temos, de FPSOs que já estão sendo construídos e entrarão em operação muito em breve", disse Prates.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou que, em 2022, a produção de petróleo do Brasil subiu para 3 milhões de barris por dia, registrando um aumento de 4% em relação a 2021. Enquanto isso, as reservas totais de petróleo do país aumentaram 10,6 % em relação ao ano anterior, ou 26,91 bilhões de barris. Ao mesmo tempo, as reservas provadas de petróleo do Brasil cresceram 11,5%, totalizando 14,9 bilhões de barris. Suas exportações de petróleo saltaram 68,3%, para 1,3 bilhão de barris por dia.

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