Perda de R$ 656 mi torna BV o Panamericano do BB

Banco do Brasil presidido por Aldemir Bendine apresenta lucro recorde de R$ 12,1 bilhes; balano tem ponto que desperta polmica; Votorantim, comprado em 50% pelo BB por R$ 4,2 bilhes, fechou quarto trimestre com R$ 656 milhes de prejuzo e perdas no ano de R$ 210 milhes; foi um bom negcio?

Perda de R$ 656 mi torna BV o Panamericano do BB
Perda de R$ 656 mi torna BV o Panamericano do BB (Foto: DIVULGAÇÃO)


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247 – O Banco do Brasil anunciou hoje um lucro líquido recorde de R$ 12,1 bilhões em 2011, 3,6% maior do que o resultado de 2010. No quarto trimestre, o lucro de R$ 2,9 bilhões foi 25,7% menor do que o apresentado no mesmo período do ano passado. O mercado considerou os números dentro das expectativas, e as ações do BB subiam pouco mais de 1% na Bovespa, às 11 horas.

Um aspecto, porém, chamou atenção pelo contraste com o balanço da instituição. Comprado em 50% pelo BB, em janeiro de 2009, por R$ 4,2 bilhões, o Banco Votorantim apresentou um prejuízo de R$ 656 milhões no quarto trimestre do ano passado, fechando 2011 com perdas de R$ 210 milhões. Ao tempo da aquisição, o Banco do Brasil conseguiu passar mais discretamente pela bateria de críticas que sua colega estatal, a Caixa Econômica Federal, experimentou, mais tarde, após a compra do Banco Panamericano. Ali, quando os prejuízos começaram a aparecer, até mesmo a então presidente Maria Fernanda Ramos Coelho foi forçada a deixar a instituição, abatida pelas reprovações ao negócio.

A explicação para os prejuízos do BV é a alta inadimplência, exatamente, da carteira de financiamento de automóveis, centrada em carros usados. O que pareceu aos técnicos do BB, que examinaram a qualidade da carteira antes de comprá-la (do mesmo modo como a CEF vistoriou os livros do Panamericano), uma joia da coroa, na verdade se mostra uma máquina de produzir calotes. Todo o desempenho do Votorantim foi prejudicado pelo rombo em seus financiamentos automotivos, o que indica, ainda, que na banca fundada pela família Ermírio de Moraes não havia outro fator de geração de resultados. Sem dúvida, com os prejuízos despontando agora, do ponto de vista do vendedor o timming da venda foi perfeito. Já o comprador faz o que pode para parar de perder. O Banco do Brasil admite ter suspendido, na prática, os empréstimos por aquele balcão.

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Abaixo, texto distribuído pela Agência Estado sobre o prejuízo do Votorantim:

São Paulo, 14 - O Banco Votorantim ampliou o prejuízo no quatro trimestre, registrando perdas de R$ 656 milhões ante R$ 85 milhões no terceiro período de 2011 e lucro líquido de R$ 272 milhões entre os meses de outubro a dezembro de 2010. No ano passado, o prejuízo do Votorantim somou R$ 201 milhões, ante ganho de R$ 1,015 bilhão em 2010.

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O banco, do qual o Banco do Brasil comprou fatia de 49,9% do capital, registrou forte aumento da inadimplência do crédito. O indicador para atrasos acima de 90 dias fechou dezembro em 5,8%, ante 4,3% do período anterior e 1,6% do quarto trimestre de 2010. O total de créditos baixados para prejuízo subiu de R$ 282 milhões no terceiro trimestre para R$ 546 milhões no quarto.

A estratégia do BB ante a piora dos calotes foi frear as operações de empréstimos e reestruturar as carteiras, segundo o demonstrativo de resultados do banco. Com isso, a carteira de crédito do Banco Votorantim fechou 2011 com saldo de R$ 58,7 bilhões, crescimento de apenas 3,4% em 12 meses.

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A carteira de pessoa física cresceu 2,1% nos últimos 12 meses e teve contração de 10,7% no quarto trimestre. Segundo o BB, a moderação do crescimento deste segmento "está associada à postura mais conservadora da instituição diante do novo contexto econômico-regulatório e da elevação da inadimplência no segmento de financiamento de veículos".

Entre as medidas para resolver o aumento de calotes, está a concentração de financiamento de veículos em carros novos e não mais usados (que possuem maior risco de crédito), redução do prazo médio dos empréstimos e ampliação da entrada mínima do financiamento. Com isso, o BV tem aprovado menos financiamentos. Outra medida foi intensificar campanhas de recuperação de créditos perdidos.

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Com a piora da inadimplência, as despesas com provisão para créditos de liquidação duvidosa registraram elevação de 119,6% em 2011, atingindo R$ 3,589 bilhões. (Altamiro Silva Júnior)

Abaixo, noticia da Agência Estado sobre os resultados do Banco do Brasil:

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O Banco do Brasil anunciou hoje um lucro líquido recorde de R$ 12,1 bilhões em 2011, crescimento de 3,6% em relação a 2010. O desempenho corresponde a retorno anualizado sobre o patrimônio líquido (RSPL) de 22,4%. O resultado recorrente alcançou R$ 11,8 bilhões, evolução de 10,2% sobre o ano anterior.

A carteira de crédito em conceito ampliado, que inclui garantias prestadas e os títulos e valores mobiliários privados, somou R$ 465,1 bilhões em 2011, evolução de 19,8% em 12 meses.

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De acordo com a instituição financeira, a expansão da carteira de crédito aconteceu, principalmente, por conta do crescimento das concessões para financiamento ao consumo, micro e pequenas empresas, agronegócio e o crédito no exterior.

Os ativos totais do BB fecharam dezembro em R$ 981,2 bilhões, aumento de 21% em relação a dezembro de 2010 e de 3,3% sobre o final do trimestre anterior. O patrimônio líquido cresceu 15,8 e ficou em R$ 58,416 bilhões. O índice de Basileia em dezembro era de 14% ante 14,1% em igual mês de 2010.

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