Paridade salarial entre mulheres e homens deve ser atingida em 2035 na indústria, estima Fiesp

Trabalhadoras do setor ganham, em média, R$ 3.294,75 por mês, enquanto a renda dos homens é de R$ 3.863,68, diferença de 14,7%

Indústria-mulheres
Indústria-mulheres (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)


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Infomoney - A paridade salarial entre mulheres e homens da indústria só deve ocorrer em 2035, segundo estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) sobre a mão de obra feminina no setor.

A pesquisa aponta que as trabalhadoras na indústria recebem, em média, R$ 3.294,75 por mês, enquanto a média dos homens no setor é de R$ 3.863,68 por mês, uma diferença de 14,7%.

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Apesar de uma diminuição gradativa que vem sendo observada desde o início da série histórica, em 2006 (quando a diferença era de 30,5%), a entidade afirma que a paridade salarial no estado deve ocorrer apenas na próxima década.

“A indústria é conhecida como um setor majoritariamente masculino. Apesar dos avanços no que tange a desigualdade entre homens e mulheres, um cenário de total igualdade ainda parece distante”, diz o estudo.

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O setor em que as mulheres têm o maior salário é a Indústria Extrativa com média mensal de R$7.165,38, 27,0%, maior que o recebido pelos homens, que representam 88% do setor. Em contrapartida, na indústria de transformação elas recebem 22,7% a menos do que eles (R$3.272,7 e R$4.235,96 respectivamente).

“Antes de tudo, é necessário desconstruir alguns preconceitos e mostrar o valor da diversidade, que está exatamente na diferença de pensamento, na pluralidade de ideias e opiniões vindas de pessoas com personalidades diferentes — a chamada diversidade cognitiva — que traz soluções diferentes para problemas comuns, além de inovação”,  afirma Marta Livia Suplicy, presidente do Conselho Superior Feminino (CONFEM) da Fiesp, criado em 2021.

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De acordo com dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), as mulheres com carteira assinada somam 736.473 de um total de 3.056.837 trabalhadores na indústria de São Paulo. No levantamento da Fiesp, este número indica que apenas 24% da mão de obra formal total é composta por mulheres.

Esta participação percentual, apesar de superior ao mesmo indicador de uma década atrás (23,5% em 2011), não é a maior, já que o pico ocorreu no ano de 2017 quando as mulheres representavam 24,6% do total de empregos formais no setor industrial paulista.

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O estudo da Fiesp mostra, com base na análise dos dados do CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), que as mulheres são a maioria em apenas dois setores:

  • Confecção de artigos do vestuário e acessórios (72,7%); e
  • Fabricação de produtos do fumo (51%).

Já os setores com menor participação feminina são:

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  • Obras de infraestrutura (8,8%);
  • Extração de minerais não-metálicos (9,9%); e
  • Serviços especializados para construção (9,5%).

As principais ocupações do público feminino na indústria do estado de São Paulo são:

  • Alimentadora de linha de produção (97.346);
  • Assistente administrativa (44.982);
  • Auxiliar de escritório (43.635); e
  • Faxineira (25.128).

Escolaridade

Quanto à escolaridade das trabalhadoras da indústria paulista, a sua maioria (56,6%) tem o ensino médio completo, seguido pelo ensino superior completo (21,4%).

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Quando se analisa a participação no total de trabalhadores por escolaridade, porém, em nenhuma as mulheres são maioria. A participação maior consta na faixa daqueles com doutorado: 58,6% de homens e 41,4% de mulheres.

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