Pandemia aumenta número de jovens das classes C e D que largam estudos para ajudar em casa, revela pesquisa

Número é maior em relação ao registrado na primeira edição da pesquisa, realizada em março de 2021

Pessoas caminham por rua de comércio popular no centro de São Paulo
Pessoas caminham por rua de comércio popular no centro de São Paulo (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)


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247 - Como consequência direta da crise econômica causada pela pandemia de Covid-19 e agravada pela ineficiência do governo Jair Bolsonaro, as famílias da classe C e D estão vendo seus jovens desistirem de estudar para ajudar em casa. É o que revela a 2ª Pesquisa Go2Mob/FirstCom Pós-Vacina Covid-19, realizada pela Go2Mob e pela FirstCom Comunicação.

Entre as pessoas que participaram do levantamento, 42,9% disseram que seus filhos pararam ou pretendem parar de estudar para ajudar em casa. O número é maior em relação ao registrado na primeira edição da pesquisa, realizada em março de 2021. Na ocasião, 31% dos entrevistados fizeram esta afirmação.

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Já o número de pessoas que perderam o emprego depois da pandemia se manteve praticamente o mesmo de março para outubro. Na primeira edição, 50,6% disseram ter sido dispensados. Já na segunda, esse índice passou para 50,7%, sendo que, dentro deste grupo, 73,3% ainda não conseguiram recolocação no mercado de trabalho.

A pesquisa também procurou saber sobre o acesso ao Auxílio Emergencial. Na primeira edição do levantamento, em março, 46,9% dos entrevistados declararam ter recebido o recurso do governo em 2020. Entretanto, na segunda rodada do benefício - paga no decorrer de 2021 -, esse número caiu para 37,9%.

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Dos que receberam a extensão do auxílio em 2021, a maior parte utilizou o dinheiro para* comprar alimentos (31,1%) e pagar dívidas (11,4%). Os participantes também disseram ter comprado remédios (9,8%) e produtos de higiene e limpeza (9,5%). Apenas 2,7% gastaram com atividades de lazer e 2,3% conseguiram poupar os valores recebidos.

"Nossa pesquisa demonstrou um dado triste e preocupante: o forte impacto da pandemia no desemprego levou a um aumento da evasão escolar de jovens que precisaram largar os estudos para ajudar em casa. Com este cenário de queda de renda, o pouco recurso disponível através do auxílio emergencial foi direcionado principalmente para suprir necessidades básicas e saldar dívidas", observa Alexandre Ramalho, CEO da Go2Mob.

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"Os dados deste segundo levantamento demonstram que a vacinação ainda não teve um reflexo tão positivo na retomada de geração de empregos, um cenário que poderá melhorar dependendo de como a pandemia irá se comportar nos próximos meses", acrescenta Luis Claudio Allan, CEO da FirstCom Comunicação.

Realizada nos dias 30 de setembro e 1º de outubro de 2021, a 2ª Pesquisa Go2Mob/FirstCom Pós-Vacina Covid-19 contou com a participação de 4.520 brasileiros das classes C e D, dos 26 estados e do Distrito Federal. Os participantes responderam, por celular, perguntas sobre economia, emprego, saúde, vacinação, educação e consumo. Confira abaixo outros destaques do levantamento.

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Passaporte da vacinação: maioria é a favor

Quando perguntados se concordavam com a exigência do passaporte de vacinação para o acesso a lugares públicos, como estádios de futebol, shoppings centers e shows, 58,1% dos entrevistados responderam que sim. A porcentagem dos que são contra a medida ficou em 19,7%. Outros 22,2% assinalaram a opção “não sei”.

Sobre a possibilidade de as empresas exigirem o comprovante de vacinação para que os colaboradores possam voltar a trabalhar presencialmente nos escritórios, 61,1% afirmaram que são a favor.

Ainda sobre o tema vacinação, 76,3% dos respondentes disseram já ter tomado pelo menos uma dose do imunizante contra a Covid-19. Destes, 85,2% declararam que vão continuar com distanciamento social e uso de máscara e álcool gel, mesmo depois de serem completamente vacinados.

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Em relação aos hábitos sociais depois da flexibilização da quarentena, 65,5% afirmaram que só saem de casa quando necessário, 19,4% saem frequentemente e 15% disseram que ainda estão totalmente isolados.

Otimismo apesar da crise

Mesmo em um cenário de incertezas, o conhecido otimismo do brasileiro se manteve: 68,6% dos entrevistados afirmaram acreditar que a economia do país vai melhorar depois da completa vacinação da população e do fim da pandemia. Entretanto, para 27%, a situação não deve melhorar, nem piorar. Apenas 4,4% imaginam que vai piorar.

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Home office: somente 12,9% estão trabalhando remotamente

Dentre os 49,3% dos trabalhadores das classes C e D que afirmaram não ter perdido o emprego depois da pandemia, somente 12,9% disseram estar trabalhando no modelo home office. Quando questionados se irão continuar exercendo suas atividades de forma remota no futuro, 63,9% responderam que sim.

Educação: 62,9% concordam com a volta às aulas antes do fim da pandemia 

Dos participantes da pesquisa, 28,7% afirmaram ter filhos em idade escolar. Destes, 65,7% disseram que as crianças e adolescentes já voltaram para a escola. Quando questionados se concordam com o retorno às aulas antes da vacinação e do fim da pandemia, 62,9% responderam que sim.

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Ainda no grupo de respondentes com filhos em idade escolar, 34,3% disseram que os estudantes ainda não retornaram às aulas presenciais e 19% declararam que os jovens não estão conseguindo acompanhar as aulas em casa. Os motivos apontados para essa dificuldade foram a falta de acesso à Internet (45,1%), problemas para se concentrar nas aulas online (37,2%) e ausência de computadores ou celulares para eles estudarem (17,7%).

Consumo: 34,1% começaram ou aumentaram as compras pela Internet

Com as restrições de circulação para barrar a disseminação do coronavírus, 34,1% dos entrevistados iniciaram ou aumentaram o hábito de comprar pela Internet. Dentro deste grupo, 85,1% disseram utilizar o celular e 14,9% o computador para realizarem suas compras. Mesmo após o fim da pandemia, 81,8% pretendem continuar comprando online.

No ranking dos produtos mais comprados pela Internet* foram citados alimentos (18,5%), roupas (11,4%), medicamentos (8,7%), produtos de higiene e limpeza (7,9%), cosméticos (6,5%), eletrônicos (7,2%), celular (5,7%) e eletrodomésticos (4,3%).

Metodologia

A 2ª Pesquisa Go2Mob/FirstCom Pós-Vacina Covid-19 foi realizada pela Go2Mob nos dias 30 de setembro e 1º de outubro de 2021. O estudo entrevistou 4.520 brasileiros das classes C e D de todos os estados do Brasil e Distrito Federal, por celular, com o objetivo de entender o que a população espera para o pós-vacina e o fim da pandemia por meio de perguntas sobre economia, emprego, saúde, vacinação, educação e comportamento do consumidor.

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