Orçamento confirma que Bolsonaro entregou a caneta Bic ao centrão, diz José Paulo Kupfer

O economista apontou que as emendas parlamentares somam mais de R$ 35 bilhões para 2022, o maior volume da história

(Foto: Reprodução | ABr)


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 247 - O economista José Paulo Kupfer avaliou nesta segunda-feira (24) o Orçamento para o ano de 2022, sancionado por Jair Bolsonaro com vetos de R$ 3,2 bilhões. Segundo o colunista do UOL, a peça mostra um governo de olho grande nas eleições presidenciais e legislativas de outubro.

Em seu artigo, Kupfer destaca que o conflito distributivo de recursos irá se agravar neste ano, o que deve provocar a piora na prestação de serviços públicos, além da redução de investimentos. Por outro lado, Bolsonaro sancionou recursos recordes para o fundo eleitoral e para as emendas de relator. "Não são, porém, apenas as rubricas orçamentárias privilegiadas que comprovam serem políticos e eleitorais os principais objetivos do Orçamento 2022", avaliou Kupfer. 

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"Isso ficou evidente desde a assinatura do decreto que subordinou as decisões de gastos do ministério da Economia, à Casa Civil chefiada pelo líder do centrão, Ciro Nogueira. A transferência definitiva da caneta Bic orçamentária para o Centrão culminou um processo de muitas voltas e dribles variados nas normas de controle de despesas públicas, com destaque para a PEC dos Precatórios. A PEC abriu espaços para gastos na base de calotes e pedaladas fiscais", acrescentou. 

O economista apontou que as emendas parlamentares somam mais de R$ 35 bilhões para 2022, o maior volume da história e o triplo, por exemplo, do empenhado em 2017. "Cerca da metade desse montante atende às emendas de relator, aquelas das quais não se sabe quem é o parlamentar beneficiado, mas logo se conhece a que interesse político específico, em seu curral eleitoral, procurou atender", afirmou. 

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