Odebrecht: brigas, ajuda do governo e lucro histórico
Famlias Gradin e Odebrecht seguem na disputa judicial pelo poder na companhia que registra lucro histrico em 2010 com favorecimento oficial
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
Lu Miranda_247 - Apesar da briga na justiça entre as famílias Odebrecht e Gradin pelo poder na companhia, a Odebrecht vive um momento de euforia esta semana. Registrou nada menos que o maior lucro desde sua fundação em 1944.
Em 2010, o lucro líquido da companhia e controladas foi de R$ 2,7 bilhões. Um aumento de quase 180% sobre 2009. A receita bruta foi de R$ 53,8 bilhões, uma alta de 27% no período.
O valor total dos ativos da Odebrecht é de R$ 75 bi, de acordo com o balanço de 2010 divulgado pelo grupo. A alta é de 57% sobre 2009.
Apesar de pomposos, os números não surpreendem diante da ajuda que o grupo vem recebendo do governo. A Odebrecht cresceu de maneira expressiva nos últimos anos, principalmente durante o governo Lula.
A maior expansão foi entre 2009 e 2010. Empresas ligadas à Odebrecht fizeram acordos com companhias e fundos ligados ao governo. Os recursos mais vultosos vieram pela parceria com o Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS), gerido pela Caixa Econômica Federal, que renderam cerca de R$ 3 bilhões para projetos do grupo Odebrecht.
No ano passado, a Braskem, química pertencente ao grupo, fechou acordo para aquisição, em conjunto com a Petrobras, da petroquímica rival Quattor e da Sunoco Chemicals. Houve também a aquisição das usinas de açúcar e álcool da Brenco pela ETH, outra empresa da Odebrecht. Estas usinas haviam recebido R$ 1 bilhão em empréstimos do BNDES, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. O pagamento dos juros e do principal referentes a estes financiamentos foram prorrogados por mais 3 anos. Em seguida, outro empréstimo de R$ 600 milhões foi concedido pelo banco às usinas.
De todo este patrimônio, a família Gradin possui 20,6% das ações. Ela tenta impedir na justiça a venda de sua participação pela família Odebrecht, que detém 62,3% das ações. As partes serão chamadas para uma audiência de conciliação nas próximas semanas.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247