O subcrescimento brasileiro

Nosso crescimento registrado de 2,7% pode ser considerado desprezível e bastante aquém da média dos demais países latino americanos



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A Constituição Federal reza a disciplina do crescimento e desenvolvimento nacionais, hoje amparadas no lema da sustentabilidade.

Rasgando o parâmetro estabelecido, nosso crescimento registrado de 2,7% pode ser considerado desprezível e bastante aquém da média dos demais países latino americanos.

O motivo principal é a exagerada tributação e o custo Brasil.

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Hoje já se sabe que o preço da indústria nacional é mais caro do que a norte- americana.

Conseguimos entrar num estágio arriscado da estagflação, ou seja, inflação sem crescimento.

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O Governo, que tudo vê e presencia, joga em campo suas armas, a principal delas é a redução da taxa de juros.

O que temos pela frente é um combate incessante e sem tréguas do mercado nacional, da competitividade, da concorrência, da qualidade e, fundamentalmente, dos preços.

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Não temos a ousadia de concorrer com mercados mais evoluídos, cujos preços a cada dia são menores, as nossas indústrias têxteis e de calçados formulam os exemplos.

A irracional carga tributária, a guerra fiscal, a falta de mão de obra qualificada, a logística, os mecanismos da legislação trabalhista, excesso de dias parados, a pressão dos sindicatos, tudo isso são os ingredientes que nos distanciam, e muito, do primeiro mundo.

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O futuro já começou, ninguém duvida, mas estamos muito longe de seu andar, uma vez que a falta de um cronograma e a ausência de infraestrutura nos remontam ao passado.

As parcerias público-privadas seriam uma solução, não fosse a fiscalização dos tribunais de contas e a demora de se cumprir prazo estipulado.

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A dureza maior é sairmos deste enrosco, eis que o processo de desindustrialização é francamente evolutivo e sem retorno.

Mantivemos um quadro desproporcional de um privilegiamento exclusivo de montadoras e autopeças, sem maior especificidade para outros ramos ou segmentos, como se fosse possível um polo de monocultura industrial.

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Conviria, e rapidamente, ao governo desindexar a carga tributária, ampliar os horizontes de exportação, reduzir as diferenças de alíquotas e unificar as cobranças sem guerra fiscal, a se cumprir a decisão do STF nesta disciplina.

O tsunami monetário que nos imobilizou se repete e os grandes fundos estão comprando todas as boas oportunidades e deixando cada vez mais a indústria nacional internacionalizada.

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O custo caro do dinheiro é uma circunstância a ser considerada, e o preço dos juros mais ainda.

Não se resolve este processo com a queda da taxa Selic ou medidas paliativas, ou o governo e os empresários se conscientizam do momento relevante, caso contrário importaremos mais de 90% dos produtos consumidos no mercado interno.

É relevante melhorar o poder aquisitivo e se criar uma poupança interna, a fim de que o consumidor local tenha mais opções e supere o superendividamento.

A vivência desta encruzilhada revela um momento e fator decisivos no andamento das políticas públicas industriais.

Nunca ousamos ter um planejamento de médio e longo prazo para debelar a crise e rumar com esperança na construção de empregos e crescimento acelerado.

O próprio PAC vai deixando rastro de total ineficiência, e o controle, pelos Ministérios, do cronograma está comprometido.

A meritocracia governamental deve ser colocada na pauta do dia e o exemplo vem de fora, a Itália passou a caminhar com precisão, quando trocou políticos irresponsáveis por técnicos conhecedores da matéria.

Em resumo, se quisermos sair do subcrescimento que nos esmaga e retalha as esperanças de um grande País, precisamos pensar grande e reduzir os conflitos entre as classes trabalhadora e empresária, mas, logicamente, sempre passando pela mesa de reunião do governo, talvez o maior responsável pela situação contemporânea nacional de descrédito geral.

Oxalá o governo e a base empresarial nacional consigam reerguer a indústria brasileira, de maneira eficiente e produtiva, sem falsos protecionismos ou medidas paliativas.

Precisamos encarar de frente o problema, ceifando a indústria da corrupção, para convolar em produção, caminho natural para nos ufanarmos do projeto de reconstrução do País.

Carlos Henrique Abrão é desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo

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