'O mercado financeiro não é um cassino', diz Armínio Fraga

"É um jogo muito produtivo. Se for bem estruturado, gera ganhos sociais importantes e é a única forma de se fazer uma economia funcionar bem", disse o economista

Arminio Fraga
Arminio Fraga (Foto: World Economic Forum/Benedikt von Loebell)


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247 - Um dos criadores do Plano Real e apoiador da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial de 2022, o economista Armínio Fraga afirmou que “o mercado financeiro não é um cassino” e que o Brasil precisa de uma nova âncora fiscal que leve em conta os gastos do governo e a dívida pública.

“O mercado é um mecanismo de coordenação, sinalização, alocação de capital e também um ambiente para poupar. Pressupõe bom ambiente regulatório e que inspire confiança. Isso coloca na berlinda essas declarações recentes (do Lula). Isso (o mercado) não é um cassino, onde as pessoas entram e umas ficam ganhando das outras. Não é o que os economistas chamam de um jogo de soma zero. É um jogo muito produtivo. Se for bem estruturado, gera ganhos sociais importantes e é a única forma de se fazer uma economia funcionar bem. Um exemplo: a Bolsa traz capital para a economia real de uma maneira disciplinada. Não se conhece um mecanismo melhor”, disse Fraga em entrevistas às jornalistas  Luciana Rodrigues e Eliane Oliveira, de O Globo. 

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Ainda segundo ele, “na maioria dos países, os maiores devedores são os governos. E, se os governos estiverem com a casa em ordem, em geral as taxas de juros são mais baixas. O Brasil precisa arrumar a casa de uma maneira convincente e sustentável. Mas, no momento, tudo indica que essa ideia está sendo ignorada. Infelizmente, acho que estamos trilhando um caminho perigoso. O Brasil é um país muito endividado”.

“Estamos propondo trazer de volta as duas âncoras que nós já tivemos, uma voltada para o controle da dívida, pois exigia geração de superávits primários; e a mais recente, que é o teto de gastos, ou seja, um limite ao tamanho do Estado. Ou seja, não dá para ficar crescendo em aberto nem a dívida, nem o gasto. Não defendo o Estado mínimo de jeito nenhum, mas nosso Estado não é pequeno. E como vamos fazer para o Estado crescer mais, sem estourar a dívida e sem entrar em crise macroeconômica? Uma outra novidade seria a adoção dos chamados estabilizadores automáticos”, destacou o economista na entrevista.

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