Novo governo da Espanha volta atrás diante da crise

Mariano Rajoy muda de estratgia e decide quebrar sua promessa de no aumentar os impostos ao perceber que isso poderia causar srios problemas para a dvida espanhola

Novo governo da Espanha volta atrás diante da crise
Novo governo da Espanha volta atrás diante da crise (Foto: SERGIO PEREZ/REUTERS)


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247 – Como presidente da Espanha, Jose Luis Rodriguez Zapatero levou seis anos para dar um giro de 180 graus e fazer o oposto do que sempre prometeu. Seu sucessor Mariano Rajoy levou apenas seis dias. O atual presidente tem aprendido muito com os erros que afogaram seu antecessor : os mercados e a Europa. Rajoy decidiu se desmentir e quebrar sua promessa de não aumentar os impostos ao perceber que isso poderia causar sérios problemas para a dívida espanhola.

Tudo está sendo arquitetado em segredo. O Governo soube na segunda-feira que a estimativa do déficit chegaria a 8 %. Temendo que o prêmio de risco disparasse em fevereiro, quando o número oficial será divulgado, ele decidiu agir enquanto é tempo - mesmo que para isso tenha de sacrificar suas principais promessas feitas no primeiro Conselho de Ministros. Para o Executivo de Rajoy, essa é a chave para passar o sentimento de que o governo tem iniciativa.

As decisões foram tomadas em contato com Berlim, o governo mais poderoso da Europa. Mariano Rajoy tenta se aproximar mais da Alemanha e de Bruxelas e se distanciar da Itália, cuja dívida é agora mais problemática do que as dos espanhóis. No mesmo dia que ele anunciou o aumento de impostos, Olli Rehn, Vice-Presidente da Comissão Europeia encarregada de assuntos econômicos fez uma nota para aplaudir as medidas.

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O partido PP tem enfrentado o coração do seu eleitorado: a classe média listada no imposto de renda ou que têm renda de capital. Depois do último dia de trabalho de 2011 ter sido marcado pela revelação do austero programa económico do novo governo de Mariano Rajoy, Espanha entra agora no novo ano com um caderno de encargos bem pior do que era esperado: cortes históricos no valor de 8,9 mil milhões de euros e uma subida de impostos para arrecadar 6,2 mil milhões de euros.

Ao fim de duas semanas em silêncio, a vice-presidente do governo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaría, anunciou depois do segundo Conselho de Ministros do recém-empossado governo que as medidas de austeridade são "o início do início de futuros ajustes", para combater um défice público de 8% do PIB em 2011, dois pontos acima do previsto pelo anterior governo socialista de José Luis Zapatero. Para 2012, e com a aplicação das medidas de austeridade anunciadas, o governo prevê que o défice desça para 4,4% do PIB em 2012. A número dois de Rajoy anunciou também que os cortes não serão iguais em todos os ministérios sendo as pastas das Finanças, Indústria, Economia e Negócios Estrangeiros as mais afectadas.

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"O desvio que ocorreu em relação ao défice orçamental é muito superior ao que havia sido comunicado pelo governo anterior", disse Soraya Sáenz de Santamaría, sublinhando: "Estamos perante uma situação extraordinária e imprevista" que resulta em medidas de austeridade "extraordinárias e imprevistas". Uma delas passa por manter o congelamento dos salários dos funcionários públicos, aplicado já em 2011 pelo governo de Zapatero, depois de uma redução de 5% em 2010. Por seu lado, Rajoy já tinha anunciado que iria aplicar grandes cortes orçamentais para reduzir o défice para a 4,4% do PIB em 2012.

Num anterior cenário de défice de 6% em 2011, estes cortes seriam de 16,5 mil milhões de euros, mas Rajoy advertiu que a esta factura seriam acrescentados 10 mil milhões por cada ponto adicional. Isto significa que Espanha poderá enfrentar cortes de 36,5 mil milhões de euros.

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Além do congelamento dos salários, os funcionários públicos passarão a trabalhar 37,5 horas semanas, o salámio mínimo será congelado nos 641,40 euros e será feito um aumento de 1% nas pensões, que custará 968,47 milhões de euros em 2012.

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