Nassif denuncia ação de especuladores internacionais contra Lula: "o tal mercado"

Jornalista diz que o chamado “mercado” na realidade é “um clube de operadores” que “combinam, entre eles, movimentos de venda ou de compra de contratos de juros e câmbio”

Nassif e Lula
Nassif e Lula (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Ricardo Stuckert)


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247 - O jornalista Luis Nassif, no GGN, criticou a ação do “tal mercado” contra o presidente eleito Lula da Silva (PT), após este, em discurso, falar em prioridade para a imensa população vulnerável no Brasil. Segundo o jornalista, subir o dólar e a Bolsa e o movimento refluir no dia seguinte “foi um vexame maior do que os bloqueadores de estradas”.

Nassif diz que o chamado “mercado” na realidade é “um clube de operadores” que “combinam, entre eles, movimentos de venda ou de compra de contratos de juros e câmbio”.

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“Criam um acordo tácito de que se se falar no nome de Henrique Meirelles para Ministro da Fazenda é hora de comprar – ‘comprando’, a Bolsa e os contratos futuros de juros sobem. Se for Fernando Haddad, é hora de vender. Se sair a reforma da Previdência é para comprar; se não sair é para vender”, denuncia.

“O movimento macro é do pensamento único: se cortar despesas, compre; se aumentar os gastos, venda”, continua. 

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De acordo com ele, a questão do suposto equilíbrio fiscal “serve apenas de gatilho para movimentos especulativos visando pegar os desavisados – ou pressionar o governo para não tirar os privilégios do mercado”. “O mercado se move para manter as políticas que garantem o jogo especulativo”, explica.

O jornalista ainda lembra que o governo FHC, sendo um dos que mais favoreceu os especuladores internacionais, permitiu “os maiores assaltos da história contra a dívida pública” – e isto foi se arrastando até metade do governo Lula, “quando o país criou um colchão de reservas cambiais acabando com esse jogo”.

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“Repare que nenhuma crise brasileira decorreu da dívida pública, mas sim das contas externas. E país que tem o volume de reservas e o saldo comercial do país, não corre mais o risco das crises sistêmicas que atrapalharam o crescimento desde os anos 50”, aponta Nassif.

O jornalista denuncia ainda que, mesmo após o golpe de 2016, que assumiu o programa econômico do “mercado”, houve uma piora na situação geral. “Fez tudo o que o mercado queria. E o que aconteceu? Multinacionais saindo do país devido ao desmonte do mercado de consumo. Como assim? Fez tudo o que o mercado pediu e as empresas se mandaram?”

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Nesse sentido,ele  explica a diferença dos capitais de curto e longo prazo. O primeiro, puramente especulativo, e o segundo, que tem uma necessidade de uma economia em crescimento e um mercado de consumo robusto. E, assim, aponta que quando os jornais falam que determinada medida vai espantar o capital estrangeiro, “ele está se referindo exclusivamente ao capital especulativo, de curto prazo”.

Por isso, sobre o terceiro governo Lula, Nassif faz as seguintes pontuações:

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"Sabe-se da preferência de Lula por Fernando Haddad para Ministro da Fazenda.

Para limpar de vez as políticas macroeconômicas, para que se tornem efetivamente agentes de promoção do desenvolvimento, Haddad terá que desmanchar as seguintes armadilhas:

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O livre fluxo de capitais, principal responsável pelos soluços da inflação e pelas marolas do mercado.

A política de metas inflacionárias, que faz com que o BC sempre defina uma taxa de juros alguns pontos acima da inflação esperada.

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As operações compromissadas, pelas quais o BC remunera os bancos até pelo dinheiro parado nas contas.

O próprio modelo de enxugamento da liquidez, feito com títulos públicos, tornando a dívida pública brasileira uma hemorragia permanente de recursos públicos.

Haddad é suficientemente preparado para conduzir uma política gradativa, racional, e com capacidade suficiente para defender publicamente as medidas. O desafio consiste na extrema mediocridade dos canais que influenciam a opinião pública: a mídia, cada vez mais refém do tal do mercado.

Espera-se que esse bloqueio seja rompido com um pacto com as multinacionais da economia real, os grandes fundos internacionais de investimento – que sabem que o combate à miséria e a consolidação do governo Lula serão fundamentais na batalha pela preservação do meio ambiente. E também com a mídia mais racional, que entenda os novos tempos e saia da armadilha dos lugares-comuns.

Quando ouço subjornalismo, como Boris Casoy, e jornalistas tarimbados, como William Waack, repetindo o mantra dos cortes de gastos percebo que há uma grande irracionalidade envolvendo a mídia, similar àquela que envolve senhoras que acampam na frente dos quartéis, ou os negacionistas da vacina."

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