Moody´s rebaixa e fecha cerco sobre o Santander
Banco do magnata espanhol Emilio Botn tem rating de suas operaes na Inglaterra derrubado por agncia de classificao de risco; no Brasil, aes da instituio perderam recomendao de compra em relatrio do Bank of America
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Marco Damiani, 247 – Com uma estratégia de crescimento baseada na presença física em diferentes países com agências de varejo, o banco espanhol Santander está sofrendo com os efeitos da crise na Europa. Hoje, a agência de classificação de risco Moody´s rebaixou a nota de risco da instituição em um grau, no contexto de revisão de notas, para baixo, de outros onze bancos que operam na Inglaterra. As más notícias no Reino Unido esquentam os rumores sobre a fragilidade do banco espanhol frente a crise internacional, aumentando os comentários em torno de uma possível incorporação pelo gigante HSBC.
Em seu último balanço, o Santander demonstrou claramente que salvou seus resultados na Espanha, a sede mundial, graças ao desempenho alcançado por suas operações no Brasil, em particular, e na América Latina, de modo mais abrangente. Presente em mais de dez países, o banco se acostumou à transferir resultados de suas sedes de melhor desempenho para as que precisavam de mais recursos. Nos últimos tempos, essas remessas se acentuaram em direção à Espanha, com lucros de diversas regiões indo parar nos cofres da sede mundial. Agora, porém, além da generalização da crise, que vai transformando lucros em prejuízos, até mesmo praças como o Brasil, de lucros crescentes, parecem em risco.
Nesta semana, as ações do banco espanhol na Bolsa de Valores de São Paulo perderam recomendação de compra pem relatório de análise do Bank of America. A justificativa é a de que os resultados previstos para serem alcançados pelo banco no segundo semestre serão muito semelhantes aos dos primeiros seis meses do ano, sem sinal de crescimento. Mesmo num país em que as instituições financeiras estão as mais lucrativas entre todos os setores, o Santander não vai conseguindo obter um bom desempenho. Este ano, as ações da banco já caíram 38,29%. Nos últimos 365 dias, o tombo é ainda maior, subindo para 41,91%.
Enquanto isso, a instituição lidera com folga o ranking de reclamações do Banco Central, no topo da lista de procedentes, divulgada em agosto deste ano, com 246. Bem acima dos segundo e terceiros colocados, o Banco do Brasil (314) e o Itaú Unibanco (204). O índice de problemas no atendimento do Santander é duas vezes e meia maior do que o do BB, o segundo colocado: 2,46 contra 0,98.
Hoje, a agência de classificação de risco Moody´s incluiu o Santander numa leva de 12 instituições financeiras que operam na Inglaterra e tiveram seus ratings rebaixados.
A Moody's desceu em um degrau as notas do Lloyds TSB (Aa3 a A1), do Santander UK (Aa3 a A1) e do Co-operative Bank (A2 a A3); em dois níveis a qualificação do RBS (Aa3 a A2) e do Nationwide Building Society (Aa3 a A2); e também rebaixou as notas de outras sete pequenas entidades de crédito hipotecário. Por outro lado, a qualificação do banco Clydesdale foi mantida em A2 com perspectiva negativa.
Segundo a nota da Moody's, o mais provável neste momento é que o governo permita a quebra das pequenas instituições se enfrentarem sérias dificuldades financeiras.
O comunicado foi divulgado depois que o Banco da Inglaterra aumentou em 75 bilhões de libras (86 bilhões de euros) seu programa de emissão de dinheiro para reativar a economia, até um total de 275 bilhões de libras (315 bilhões de euros).
Esta é a primeira vez que a entidade emissora britânica modifica a dotação de seu programa de estímulo econômico desde novembro de 2009, em meio ao temor de que o Reino Unido entre em uma segunda recessão.
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