Mercadante critica Banco Central e pede que Senado reaja aos juros altos
Segundo o presidente do BNDES, o BC está provocando um aumento exponencial da dívida pública ao insistir na manutenção da taxa de juros
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247 - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, criticou o Banco Central nesta quinta-feira (6) pela manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano. Mercadante também afirmou que o BC está provocando um aumento exponencial da dívida pública ao insistir na manutenção da taxa de juros, informa reportagem do Valor. "No ano passado, de janeiro a maio do ano passado, o custo da taxa de juros para o fiscal do governo foi de R$187 bilhões. De janeiro a maio deste ano, foram R$297 bilhões, são R$110 bilhões a mais de custo fiscal. Além de inibir o investimento, estamos aumentando a dívida pública, sendo que a maior meta do BC é a relação dívida/PIB", afirmou o presidente do BNDES.
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Por conta desse quadro, Mercadante cobrou o Senado, responsável pela aprovação do presidente do BC, a debater o assunto. "O Senado tem que fazer esse debate [sobre redução dos juros]. Essa história de que não se pode reduzir a taxa de juros não é um valor democrático. Se pode discutir o presidente, o Congresso, o ministro, o Supremo, por que não pode discutir também a política econômica? Isso é uma coisa democrática, com argumentos. O Brasil está pronto para crescer. O Brasil é um cavalo na pista e o jóquei está segurando a rédea, [o jóquei] não deixa o país crescer. Tem tudo para crescer", afirmou.
Mercadante também aproveitou o encontro para direcionar suas críticas contra o Conselho Monetário Nacional (CNM). Para o gestor, o CNM está impedindo o BNDES de utilizar a TR como indexador nas operações de financiamento. "O BNDES precisa da TR, que foi aprovada por unanimidade no Senado e na Câmara, basta apenas o Conselho Monetário Nacional regulamentar. Por que é importante a TR? São só R$5 bilhões [que podem ser utilizados para empréstimo com essa taxa] este ano, mas eu posso fazer um 'mix' da taxa de juros. Posso botar num projeto um pouco da TL e pouco da TLP -- que nós estamos engessados nela -- que já barateia o custo e agiliza os investimentos", disse Mercadante.
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