Medidas fiscais do governo abrirão espaço para redução de juros, diz Haddad ao FMI

No comunicado ao FMI, Haddad também afirmou que o governo está comprometido com a sustentabilidade fiscal e da dívida do país, tendo a reforma tributária como outra prioridade

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad - 30.03.2023
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad - 30.03.2023 (Foto: Jose Cruz/Agência Brasil)


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Reuters - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse em comunicado preparado para reunião desta semana do Fundo Monetário Internacional (FMI) que uma política monetária mais restritiva no Brasil está baixando a inflação e que a trajetória de "consolidação fiscal do governo" abrirá espaço para redução de juros.

"Com a maior confiança no quadro fiscal e um caminho de consolidação fiscal consistentemente afetando as expectativas de inflação e ancorando-as mais perto da meta dentro do horizonte relevante, haverá espaço para acomodação na taxa de juros", afirmou Haddad no documento, divulgado nesta terça-feira.

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O comunicado, com datas de 13 e 14 de abril, foi preparado antes da 47ª reunião do Comitê Monetário e Financeiro Internacional do FMI, em nome de Brasil, Cabo Verde, República Dominicana, Equador, Guiana, Haiti, Nicarágua, Panamá, Suriname, República Democrática de Timor-Leste e Trinidad e Tobago.

O FMI e o Banco Mundial estão realizando suas conhecidas reuniões de primavera em Washington, que tiveram início na segunda-feira e se encerram no domingo. Haddad, embora tenha assinado o comunicado preparado para uma dessas reuniões, está neste momento acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem à China.

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Segundo Haddad, a política monetária mais apertada no Brasil já está reduzindo a inflação. Dados divulgados mais cedo pelo IBGE mostraram que o IPCA subiu 0,71% em março, abaixo do esperado, após alta de 0,84% no mês anterior. Nos 12 meses até março o índice acumulou avanço de 4,65%, taxa mais baixa desde janeiro de 2021.

A taxa Selic está atualmente em 13,75%, nível elevado que tem sido alvo constante de críticas de Lula e outros membros do governo, mas que o Banco Central ainda considera necessário para ancorar as expectativas de inflação.

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No comunicado ao FMI, Haddad afirmou que o governo brasileiro está comprometido com a sustentabilidade fiscal e da dívida do país, tendo a reforma tributária como outra prioridade imediata.

"Apresentamos ao Congresso e à sociedade um novo quadro fiscal que pode estabilizar com credibilidade a dívida pública ao longo do tempo e, subsequentemente, colocá-la em um caminho descendente claro", disse o ministro no documento.

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"Reformar o sistema tributário para torná-lo mais simples e justo é outra prioridade imediata. O objetivo principal não é aumentar a receita, mas melhorar a qualidade da mobilização de receitas", acrescentou Haddad.

Na véspera, o ministro disse que o governo já fechou pendências que faltavam ser definidas na nova regra fiscal --que impede que as despesas federais cresçam mais do que a receita-- e, concluída a redação do projeto por técnicos, o governo tem até sexta-feira para encaminhá-lo ao Congresso Nacional.

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