Mantega mede a crise e baixa pacote de bondades
Ministro da Fazenda anuncia desonerao da folha de pagamentos de quatro setores: confeces, calados, mveis e softwares; extenso a outras reas vir aos poucos, prometeu Guido; para ele, real vai continuar se depreciando frente ao real
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247 – O governo resolveu adotar novas medidas frente a crise financeira global. Na tentativa de evitar problemas maiores para alguns setores industriais, a saída foi a de, finalmente, aceitar a alternativa de aliviar o peso fiscal sobre as folhas de pagamentos . O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje que a desoneração da folha de pagamento "é fundamental" para que o setor produtivo no Brasil reduza seus custos de produção e se torne mais competitivo. "A desoneração da folha de pagamento de quatro setores é experimental, mas a ideia é generalizá-la no futuro", afirmou. Mantega referiu-se à redução de impostos para quatro segmentos produtivos contemplados no lançamento do Plano Brasil Maior: confecções, calçados, móveis e softwares. O programa Brasil Maior, conjunto de políticas industriais, foi anunciado no dia 2 de agosto.
O ministro da Fazenda destacou, contudo, que a ampliação da desoneração dos setores produtivos deve ser adotada pelo governo aos poucos. Uma semana após o lançamento do Plano Brasil Maior, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse em São Paulo que neste ano tal programa de abatimento de impostos seria restrito aos quatro primeiros setores. "Precisamos analisar as medidas e seus desdobramentos com cuidado para avaliar quais serão os próximos passos. Não deve haver outros setores contemplados ainda em 2011", afirmou Pimentel, à época.
Real seguirá apreciado
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje que as recentes ações do governo para coibir a apreciação excessiva do câmbio, como a adoção do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no mercado futuro de dólar, devem levar a cotação do real ante a moeda norte-americana para um nível de menor valorização. "Com medidas, teremos permanentemente o real menos apreciado", disse. "Onde vai ficar eu não sei e (o câmbio) vai continuar flutuante sim senhor."
"Não existe dólar ideal para um país que tem um câmbio flutuante existe dólar sobrevalorizado e subvalorizado. O real estava sobrevalorizado há um tempo. Eu me lembro que antes de tomarmos as medidas de derivativos estávamos com o câmbio a R$ 1,53 e se deixássemos ele iria abaixo de R$ 1,50. Imagina o que iria acontecer com a indústria com o câmbio a R$ 1,40, R$ 1,35. Nós revertemos e é claro que isso não ocorreu só por causa das medidas que tomamos", disse, acrescentando que, entre essas ações, estavam a adoção do IOF no mercado futuro de dólar e a redução da Selic pelo Banco Central.
O ministro ressaltou ainda que a queda da taxa básica de juros adotada pelo BC também levou investidores a avaliarem que os juros futuros, acima de um ano, também começaram a cair. "Isso demonstra confiança na política monetária do Banco Central". O ministro Guido Mantega ressaltou que, apesar de a crise internacional ser séria e que pode trazer efeitos para o Brasil, a economia está robusta e o governo tem todas as condições, especialmente nas áreas monetária e fiscal, para mitigar os impactos dos problemas internacionais das economias centrais sobre o País. "Não precisaremos interromper o crescimento para enfrentar a crise."
Na semana passada, o Banco Central fez uma revisão da expansão do País para 2001 e reduziu a estimativa de crescimento do PIB de 4% para 3,5%.
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