Mantega: emergentes começam a ser afetados pela crise

Ministro da Fazenda citou a desacelerao do crescimento da China e da Coreia do Sul para justificar anlise e garantiu que o aumento do IPI no foi abordado por outros pases na reunio ministerial do G-20



✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, alertou que os países emergentes já começaram a ser afetados pela crise da Europa. Ele citou a desaceleração do crescimento da China e da Coreia do Sul além do encarecimento do crédito comercial em razão da situação de liquidez mais apertada do sistema financeiro internacional. Segundo o ministro, esse cenário ainda não se refere ao Brasil, que é menos dependente do cenário externo. "Mas, em algum momento, o Brasil poderá ser afetado", afirmou durante entrevista coletiva concedida em Paris, ao término da reunião ministerial do G-20.

Mantega acredita que a economia mundial piorou desde o encontro anterior do G-20, em Washington, há algumas semanas. Ratings de bancos e países foram rebaixados e houve redução da confiança nas instituições financeiras. O colapso do franco-belga Dexia trouxe à tona o fantasma do Lehman Brothers. "Mas não acredito em nada parecido, porque já aprenderam a lição de que não se deve deixar quebrar um banco".

FMI

continua após o anúncio

O Brasil propôs o reforço do Fundo Monetário Internacional (FMI) durante a reunião ministerial do G-20 realizada hoje em Paris, afirmou o ministro. Segundo ele, prevaleceu a avaliação de que o fundo precisa estar preparado para enfrentar um eventual agravamento da crise externa, como diz o comunicado divulgado hoje.

A proposta brasileira defende o uso de acordos de crédito bilaterais para fortalecer o FMI, sem necessariamente a injeção de dinheiro novo. O crédito ficaria à disposição e seria usado caso preciso. Atualmente, o fundo tem US$ 400 bilhões. O reforço do FMI estaria condicionado, conforme Mantega, às medidas europeias para a solução da crise. "É preciso que os europeus primeiro resolvam seus problemas para depois entrarmos (via FMI)", disse. Segundo ele, o atual cenário de turbulência tem de ser solucionado por meio de medidas vindas da Europa, como o fortalecimento do plano de resgate e a recapitalização dos bancos.

continua após o anúncio

O ministro da Fazenda voltou a dizer que está confiante numa saída para a crise da zona do euro. "Existe uma luz no fim do túnel". Ao ser questionado sobre a nova posição do Brasil em relação ao FMI, Mantega respondeu: "É mais confortável oferecer do que pedir crédito".

Controle

continua após o anúncio

O ministro diz acreditar que o G-20 consolidou a avaliação de que é correto impor controles de capital para combater as consequências causadas pelo excesso de fluxo - como fez o Brasil com diversas medidas. "As práticas brasileiras são reconhecidas e podem ser adotadas por outros países", disse, em encontro com jornalistas ao término da reunião ministerial do G-20, em Paris. Segundo ele, isso dá liberdade aos países que se sentem incomodados pelos efeitos dos fluxos de capital. Prevalece o apoio ao sistema de câmbio flutuante.

Mantega também afirmou que o G-20 está dividido sobre a introdução de uma taxa sobre operações financeiras, como proposto pelos europeus. "É um ponto polêmico, não se chegou a conclusão", afirmou. "O Brasil já tem o IOF, então não vou dizer que somos contrários e reconhecemos que os bancos têm de pagar tributos, pois são responsáveis pela confusão criada em 2008".

continua após o anúncio

IPI

Mantega disse ainda que o tema do aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos importados não foi abordado por outros países na reunião ministerial do G-20. O tema pode ser alvo de questionamentos na Organização Mundial do Comércio (OMC) pelo Japão e Coreia do Sul.

continua após o anúncio

"Não houve nenhum questionamento aqui. Me encontrei com todos os países, Japão, Coreia, nos cumprimentamos muito bem", disse. Mantega contou que o ministro coreano irá ao Brasil na semana que vem e que irão almoçar juntos. Segundo ele, poderá haver questões técnicas a serem resolvidas no âmbito da OMC. "Isso tem o tempo todo, são questões normais, não chegaram no nível do G-20".

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247