Manobra no FGC pode beneficiar Panamericano

Governo quer mudar conselho do Fundo Garantidor de Crdito, que ficaria sem os presidentes das instituies depositantes; FGC pode ser chamado para aporte bilionrio no Panamericano, do banqueiro Andr Esteves ( esq.), lder do controlador BTG Pactual; "a capitalizao no urgente", diz presidente da instituio, Jos Luiz Accar Pedro; mercado acha que

Manobra no FGC pode beneficiar Panamericano
Manobra no FGC pode beneficiar Panamericano (Foto: Divulgação)


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247 – Não será sem oposição que o governo irá conseguir mudar, como anunciado hoje na coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, a composição do conselho do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). A ideia em adiantada formulação na área econômica é tirar de suas cadeiras os presidentes dos bancos depositantes. A segunda parte do plano ainda não foi revelada, mas acredita-se que no lugar deles entrariam representantes de órgãos governamentais e de entidades do setor financeiro. Executivos das instituições financiadoras também seriam admitidos.

O movimento de tirar os presidentes das grandes instituições financeiras do conselho do FGC é, de per si, uma ação de enfraquecimento do órgão. O que não significa que seu papel passe a ser menos importante que o exercido agora dentro setor financeiro. Ao contrário, num mercado rico em rumores sobre a saúde dos bancos pequenos e médios, além de todo ambiente da crise financeira internacional, o FGC deverá ter, em 2012, um papel ainda mais presente no socorro ao sistema.

Um caso em análise neste momento pode ser o primeiro a ser decidido pelo conselho em novo formato, caso a intenção oficial se transforme em regra. Hoje pertencente aos bancos BTG Pactual e Caixa Econômica Federal, o Panamericano (ex-Silvio Santos) necessita de uma capitalização estimada entre R$ 600 milhões e R$ 1 bilhão pelas autoridades da área econômica, para se adequar as normas internacionais seguidas pelo Banco Central do Brasil. “A capitalização não é urgente”, tentou suavizar o presidente do Panamericano, José Luiz Accar Pedro, à Folha, quando confrontado com a informação. Além de admitir a necessidade de dinheiro novo, ele ofereceu a alternativa de uma emissão de ações em 2012. Não é nem o caso de perguntar se você gostaria de ter uma ação do Banco Panamericano, cujo rombo apurado por ocasião de sua venda com dinheiro do FGC era de R$ 2,5 bilhões. O que está em jogo é o tempo. Atualmente, a situação de um banco operar nos limites de Basileia não consegue perdurar por longo prazo sem que os custos de captação para esta instituição subam a patamares insuportáveis. Em outras palavras, o dinheiro que dê uma folga ao Panericano no enfrentamento de compromissos imediatos tem de chegar o quanto antes. Parece haver sim, neste caso, a urgência negada por seu presidente.

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O mercado já prevê que o Panamericano possa precisar do FGC, caso seus dois sócios BTG Pactual, majoritário com 58%, e Caixa não queiram fazer a recapitalização com seus próprios recursos. Até aqui, apesar da admitida necessidade, não se viu nenhuma autoridade da área econômica pressionar o BTG do banqueiro André Esteves a colocar esse dinheiro lá, enquanto porta-vozes da CEF já adiantaram que a instituição igualmente não prevê desembolsar até R$ 360 milhões, que corresponderiam à sua parte. Vai se criando um clima de, como se diz, empurrar a nova conta. Que tem tudo para recair sobre a mesa do remodelado FGC, em torno da qual os presidentes dos bancos que o provém de recursos não poderiam mais se sentar.

 

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