Juro alto atrai investidor de renda fixa, mas derruba emissões de debêntures

Segundo a Quantum Finance, foram feitas 28 emissões entre janeiro e a última quarta (22), com aproximadamente R$ 20 bi, o que representou 8% do registrado em 2022 (R$ 248,5 bi)

Bolsa de Valores
Bolsa de Valores (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247, com InfoMoney - Juros altos estão sendo motivo de instabilidade nas emissões de papéis como as debêntures - títulos de dívidas emitidos por empresas de capital aberto na Bolsa de Valores e que pertencem à classe de renda fixa. De acordo com números da Quantum Finance, plataforma de soluções para o mercado financeiro, foram feitas 28 emissões entre janeiro e a última quarta-feira (22), com aproximadamente R$ 20 bilhões, o que representa 8% do registrado em 2022 (R$ 248,5 bilhões). As emissões neste ano não chegaram ao valor da média mensal de novas debêntures lançadas no ano passado (pouco acima de R$ 20 bilhões por mês).

A maioria das debêntures distribuídas em 2023 foi de companhias do setor de energia. Destacaram-se também empresas de saneamento, saúde, telecomunicações e tecnologia. Neste momento, estão em andamento as emissões de 20 novos títulos, num total de R$ 14,2 bilhões.

continua após o anúncio

>>> Juristas endossam suspeita de armação lançada por Lula sobre Moro: 'sabemos o que ele fez no verão passado'

Juros altos atraem investidores, que efetuam a compra de títulos do governo e ajudam a administração federal a ter mais dinheiro nos cofres. Mas, depois de comprar, eles revendem. Compra-se título e depois o Tesouro Nacional paga o comprador com a soma de juros. 

continua após o anúncio

Taxas de juros altas também prejudicam a emissão dos debêntures. Só que em vez de financiar o governo, quem compra debêntures empresta dinheiro para uma empresa construir uma nova fábrica, expandir as operações no exterior ou fazer qualquer outro grande investimento.

Segundo Rodrigo Caetano, analista de investimentos na Toro Investimentos, os juros elevados estão prejudicando as emissões. um lançamento de debêntures – ou mesmo de um CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) ou CRA (Certificado de Recebíveis Agrícolas) – costuma ser bastante onerosa. “Emitir uma dívida com juros elevados e uma perspectiva econômica não tão favorável pode levar as empresas a, de fato, repensar se faz sentido ou não buscar uma linha de captação de recursos no mercado”, ressalta.

continua após o anúncio

>>> Ações do Deutsche Bank fecham em queda e derrubam outros bancos europeus por receios no setor

Caetano chama a atenção para os balanços de resultados das companhias, referentes ao quarto trimestre de 2022, que mostra o quanto elas vêm sendo afetadas pelas despesas com juros. “Enquanto a economia tiver uma Selic no atual patamar, de 13,75% ao ano, as empresas ficarão cautelosas, já que várias já estão com níveis de alavancagem elevada”. Desta forma, sem recursos, muitas delas chegam a parar projetos (de expansão, por exemplo) para evitar as dívidas.

continua após o anúncio

As cinco maiores emissões de debêntures desse trimestre, por volume, foram da Celg Distribuição (CELG12), da holding Equatorial Energia (EQTL16), da Claro (BCPSA3), da Rede D’Or (RDORD7) e da Ascenty (ASCY13), especializada em data centers.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247