Juiz manda investigar 'inconsistências contábeis' das Americanas que resultaram num calote de R$ 42 bilhões
O objetivo é apurar as alegações de fraude e má-fé por parte das Americanas e de seus acionistas e executivos, os bilionários Jorge Paulo Lehman, Beto Sicupira e Marcel Telles
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Conjur e 247 - O juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, nomeou a empresa Moore Brasil para averiguar a conduta das Lojas Americanas na ocorrência das "inconsistências contábeis" que culminaram em sua recuperação judicial.
O objetivo é apurar as alegações de fraude e má-fé por parte das Americanas e de seus acionistas e executivos, apresentadas por alguns credores, especialmente instituições financeiras.
A Moore Brasil precisa responder se aceita assumir a função e apresentar proposta de honorários. O trabalho desenvolvido pela empresa, caso aceite atuar na apuração, será feito sob fiscalização e coordenação direta dos administradores judiciais — Preserva-Ação Administração Judicial e Escritório de Advocacia Zveiter.
Estefan considerou necessária a instauração de incidente próprio para apuração dos questionamentos apresentados pelos credores, independente das apurações já em curso, promovidas por órgãos de controle, como a Comissão de Valores Mobiliários, ou de persecução criminal, como o Ministério Público.
A Americanas revisou sua lista de credores e aumentou o valor da sua dívida de R$ 41 bilhões para quase R$ 42,5 bilhões. Os maiores credores são os bancos. O Bradesco, primeira da lista, tem R$ 5,1 bilhões a receber das Americanas. A dívida com o Banco do Brasil também aumentou, passando de R$ 1,3 bilhão para R$ 1,6 bilhão.
Ao todo, o Itaú tem R$ 6,4 bilhões a receber das Americanas, somando empréstimos realizados pelo banco e fundos geridos pela instituição com investimento em papéis da empresa. Segundo a revisão dos credores divulgada pelas Americanas, o crédito do Itaú passou de R$ 2,76 bilhões para R$ 3,04 bilhões, considerando a dívida com Itaú Unibanco e Itaú Nassau.
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