Inglaterra perto de nova recessão
Economia do Reino Unido contrai 0,2% no ltimo trimestre de 2011; resultado indica avano do desemprego na terra da Rainha; David Cameron culpa governo trabalhista e crise na zona do Euro; qual a soluo para os ingleses?
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Diego Iraheta _247, de Londres - Os britânicos se preparam para uma primavera de vacas magras. O anúncio de que a economia do Reino Unido minguou 0,2% no último trimestre de 2011 deixou a população, já afetada pela crise na zona do Euro, em alerta máximo. Economistas e políticos preveem a segunda recessão no país em apenas três anos. Como consequência, devem crescer ainda mais o índice de desemprego – o mais alto na Inglaterra em 18 anos, segundo o Partido Trabalhista – e o número de empresas em processo de falência.
O primeiro-ministro David Cameron atribuiu a contração no PIB britânico a uma constelação de fatores político-econômicos. Primeiro, ao conjunto de dívidas e déficits herdados do Partido Trabalhista, que deixou o poder em 2010. Segundo, ao aumento de preços de alimentos e combustíveis no final do ano passado. E, finalmente, à crise da União Europeia. “A Europa não pode continuar promovendo medidas desnecessárias que impõem ônus aos negócios e governos, que podem destruir postos de trabalho”, disse Cameron no Parlamento britânico na quarta-feira, 25.
Esse é o tom do discurso que o premiê britânico deve adotar no Fórum Econômico Mundial, em Davos, nesta quinta-feira, 26. Cameron deve pedir aos líderes europeus que parem de se embaralhar e tomem "medidas ousadas" para garantir as reformas estruturais que toda a Europa demanda.
O trabalhista Ed Balls, responsável por desenhar alternativas à política econômica do Reino Unido, critica a gestão dos conservadores. “O que nos fez ficar de fora da recessão em 2011 foi apenas o aumento nas exportações. Ao cortar gastos e elevar taxas, que vão muito longe e muito rápido, o governo nos deixou mais vulneráveis caso a crise na zona do Euro se aprofunde neste ano”, analisou.
O ministro da Fazenda britânico, George Osborne, também se explicou aos parlamentares sobre a retração na economia britânica. “Acho que nós temos o plano [fiscal] certo; temos que nos ater a ele”, ressaltou. Ele deve ser alvo de pressão ainda maior dos trabalhistas por ocasião da análise do orçamento, prevista para março no Parlamento. Osborne terá que mostrar como será possível aumentar a confiança de empresários e retomar o crescimento.
Para o líder dos liberais-democratas Nick Clegg, membro do governo de coalizão, a redução de impostos é a medida mais emergencial. Ele exige que a proposta orçamentária de março inclua uma elevação do patamar salarial a partir do qual os britânicos sejam obrigados a pagar imposto de renda. “Muitas famílias estão no ponto de ebulição e precisam de alívio fiscal”, concluiu.
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