Inflação sobe 0,47% em maio e acumula alta de 11,73% nos últimos 12 meses

Segundo o IBGE, o IPCA acumula alta de 4,78% ao longo de 2022

Bolsonaro e Paulo Guedes
Bolsonaro e Paulo Guedes (Foto: Reuters | ABr)


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Infomoney - Favorecido pela forte redução no preço da conta de luz, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,47% em maio na comparação com abril e agora acumula alta de 11,73% em 12 meses.  

O indicador, considerado o índice oficial de inflação do país, ficou abaixo das expectativas do mercado, pois o consenso Refinitiv projetava uma alta mensal de 0,60% e anual de 11,84%.  

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Com isso, o IPCA desacelerou pelo segundo mês seguido, após altas expressivas de 1,62% em março e 1,06% em abril, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

O índice de preços agora acumula alta de 4,78% no ano e de 11,73% nos últimos 12 meses, uma desaceleração em relação aos 12,13% observados em abril (em maio de 2021, a variação havia sido de 0,83%). 

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Puxadores da inflação

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram alta em maio. A maior variação veio de vestuário, com alta de 2,11% e impacto de 0,09 ponto percentual (p.p.) no indicador, e o maior impacto (0,30 p.p.) veio novamente dos transportes, que subiu 1,34% no mês passado (mas desacelerou em relação à alta de 1,91% de abril).  

A inflação dos transportes foi puxada pelas passagens aéreas (18,33%), que já haviam subido 9,48% em abril (9,48%) e representou o maior impacto individual altista no IPCA do mês (0,08 p.p.). Pedro Kislanov, gerente do IPCA, diz que “vale fazer uma ressalva” sobre a alta: “A coleta [do preço] das passagens aéreas é feita dois meses antes. Neste caso, os preços das passagens aéreas foram coletados em março para viagens que seriam realizadas em maio”.  

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Kislanov diz que “a alta deve-se a dois fatores: elevação dos custos devido ao aumento nos preços dos combustíveis; e pressão de demanda, com o aumento do consumo, após um período de demanda reprimida por serviços, especialmente aqueles prestados às famílias”. O gerente do IPCA destaca também que esse aumento do consumo “impacta também alimentação fora do domicílio e itens de cuidados pessoais”.  

Outro item que teve impacto de 0,08 p.p. na inflação de maio foi produtos farmacêuticos, que subiu 2,51% após o governo autorizar um reajuste de até 10,89% no preço dos medicamentos em abril. O IBGE diz que esse reajuste pode ter sido aplicado pelos varejistas de forma gradual, tendo reflexo no índice tanto de abril quanto de maio, embora a variação tenha sido menor no mês passado.  

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Com isso, o grupo saúde e cuidados pessoais, do qual produtos farmacêuticos faz parte, subiu 1,01%. Já alimentos e bebidas desaceleraram, de uma forte alta de 2,06% em abril para 0,48% em maio, e os demais grupos ficaram entre alta de 0,04% em educação e de 0,72% de comunicação. 

Conta de luz e alimentação

A desaceleração do grupo alimentação e bebidas (0,48%) ocorreu devido à alimentação no domicílio, que passou de 2,59% em abril para 0,43% em maio, devido à queda nos preços de alguns itens que haviam pressionado o índice no mês anterior, como tomate (-23,72%) e batata-inglesa (-3,94%).  

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O preço da cenoura despencou 24,07%, mas a variação em 12 meses ainda é positiva em 116,37%. O maior impacto altista no grupo veio do leite longa vida (0,04 p.p.), que subiu 4,65% no mês e já acumula alta de 28,03% no ano. A alta do preço da cebola (+21,36%) foi a maior variação positiva do IPCA em maio.  

O grande motivo da desaceleração da inflação foi o grupo habitação, que recuou 1,70% por causa da queda de 7,95% no preço da energia elétrica. A conta de luz ficou mais barata pelo segundo mês seguido porque em 16 de abril acabou a bandeira tarifária de escassez hídrica, que adicionava R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos.   

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Desde então, passou a vigorar a bandeira verde, que não tem cobrança adicional na conta de luz. Segundo o IBGE, as variações nos preços de energia elétrica nas áreas pesquisadas foram desde -13,49% em Brasília (onde também houve redução de PIS/Cofins) até +6,97% em Fortaleza, devido ao reajuste de 24,23% nas tarifas residenciais a partir de 22 de abril.  

Ainda em habitação, também se destacou o recuo nos preços do gás de botijão (-1,02%), após alta de 3,32% em abril. No lado das altas, a variação positiva da taxa de água e esgoto (+2,73%) reflete os reajustes de 12,89% em São Paulo, vigente desde 10 de maio, e de 4,99% em Curitiba desde o dia 17. Já a alta do gás encanado (2,23%) ocorreu devido a dois reajustes: de 5,95% no Rio de Janeiro, em 1º de maio, e de 9,16% em Curitiba, desde o dia 18.

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