Ibovespa recua 2% na semana; dólar vai para R$ 5,63

Bolsa brasileira descolou dos índices no exterior, que voltaram a ceder após dados de trabalho nos Estados Unidos

(Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)


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InfoMoney - O Ibovespa voltou a se descolar do mercado internacional e emplacou um segundo dia consecutivo de alta. Ainda assim, não foi o suficiente para se recuperar do tombo que levou nos três primeiros pregões do ano. Para os analistas, a Bolsa brasileira passou por um ajuste e assim evitou de perder o patamar dos 100 mil pontos, como muitos temiam que pudesse ter acontecido já nesta semana.

“Por mais que tenha sido negativo o tom hawkish do Federal Reserve [Banco Central dos Estados Unidos], a gente teve um desempenho pior do que lá fora e isso acabou se equalizando depois”, explica Anderson Meneses, CEO da Alkin Research. Ele destaca a recuperação das small caps, cujas ações foram duramente penalizadas nas primeiras negociações do ano.

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O indicador de destaque do dia foram os dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos. Em dezembro passado, o país criou 199 mil vagas de emprego, menos da metade que o projetado pelos economistas. Porém, a taxa de desemprego recuou mais que o esperado, de 4,2% para 3,9%, por isso os números do payroll foram considerados sólidos.

Para os analistas, os dados de hoje reforçam o tom hawkish do Federal Reserve, que pode aumentar juros já no próximo mês de março, diante do avanço na inflação no país.

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“O mercado segue pisando em ovos com a iminência do aumento da taxa de juros americana, que já se traduz no maior nível para as Treasuries [títulos do Tesouro americano] de 10 anos desde janeiro de 2020”, afirma Meneses. Para ele, o ano de 2022 será de aversão de menor apetite por risco para a maioria dos investidores, que devem dar preferência a ativos mais conservadores.

Para Dany Chvaicer, head de renda variável da Ébano Investimentos, a Bolsa vive um momento de “acomodação de mudanças”. Além da disparada dos juros básicos da economia em 2021, as eleições presidenciais adicionam uma dose extra de volatilidade aos negócios.

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“Qualquer coisa que a gente falar ao longo do ano tem a incerteza muito grande por causa das eleições. É um cenário ainda muito aberto e polarizado”, afirmou.

O Ibovespa fechou em alta de 1,14%, aos 102.719 pontos. O volume negociado no dia ficou em R$ 25,9 bilhões. Na semana, porém, a Bolsa brasileira acumulou queda de 2%. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro de 2022 opera em alta de 1%, aos 103.530 pontos, nos últimos negócios do dia.

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O dólar comercial fechou em queda forte, de 0,85%, a R$ 5,631 na compra e R$ 5,632 na venda. Ainda assim, na semana, a moeda americana acumulou alta de 0,98%. O dólar futuro para fevereiro de 2022 é negociado em baixa de 0,89%, a R$ 5,663 próximo ao fim da sessão.

Na sessão estendida dos negócios com juros futuros, os contratos DI para janeiro de 2023 subiam um ponto-base para 11,98%; o DI para janeiro de 2025 avançava seis pontos-base para 11,38%; e o DI para janeiro de 2027 tinha alta de cinco pontos-base, para 11,27%.

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Em Nova York, as Bolsas fecharam em baixa. O Dow Jones encerrou a sessão em queda de 0,1% a 36.231 pontos; o S&P 500 recuou 0,41%, a 4.677 pontos; e a Nasdaq fechou em baixa de 0,96% a 14.935 pontos

Na Europa, a maioria das Bolsas fechou no vermelho. O destaque da agenda econômica do continente foi a inflação da zona do euro, que acelerou 5% no último mês de dezembro, uma máxima recorde para o período e acima das expectativas dos analistas, que projetavam avanço de 4,7%.

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O número é uma pressão extra para o Banco Central Europeu, que vem mantendo suas políticas de estímulo sob o argumento de que a inflação é temporária e deve ficar abaixo de 2% até o final deste ano. Essa leitura, porém, é criticada por autoridades que acreditam numa escalada de preços acima da meta até o ano que vem.

O índice pan-europeu Stoxx 600, que abrange empresas de 17 países do continente, fechou em queda pelo segundo dia seguido, recuando 0,39%.

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Após quatro sessões seguidas de alta, os preços do petróleo encerram o dia em queda. O barril do WTI para fevereiro caiu 0,48%, a US$ 79,08 e o Brent para março ficou praticamente estável, em baixa de 0,06%, a US$ 81,94.

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