Ibovespa cai 0,48%, puxado por exportadoras de commodities; dólar tem baixa de 0,50% e vai a R$ 4,97
Companhias ligadas ao mercado interno registraram altas consideráveis, mas não conseguiram puxar o índice para o positivo
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Infomoney - O Ibovespa fechou em leve queda de 0,48% nesta segunda-feira (22), aos 110.213 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira sofreu por conta das companhias exportadores de commodities, que silenciaram o avanço de empresas ligadas ao mercado interno.
“No dia de hoje, o Ibovespa basicamente operou no zero a zero em boa parte da sessão, enquanto o índice de Small Caps terminou o dia com uma alta relevante”, fala Matheus Sanches, sócio e analista da Ticker Research. “Até existe certa mudança marginal no fundamento que justifique esse fluxo como, por exemplo, a vedação do Ibama para a exploração de petróleo na região da Foz do Amazonas no caso da Petrobras. A realidade, contudo, me parece mais simples: Estamos vendo há algumas semanas um movimento de rotação de fluxo de empresas com liquidez, defensivas e de baixa volatilidade para o oposto”.
As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4) caíram, na sequencia, 1,50% e 1,16%.
Além da petroleira, as ações ordinárias da Vale (VALE3) perderam 1,60%, as da CSN Mineração ([ativo=CMIN33]), 2,45%, e as preferenciais série A da Usiminas (USIM5), 1,88%. Os papéis seguiram o valor do minério de ferro. Em Dalian, o preço da tonelada commodity recuou 2,7%, a US$ 103,59 dólares, com pessimismo com setor imobiliário da China.
“Pesa também no mercado o comentário do presidente do Banco Central Roberto Campos Neto em evento. Ele ressaltou que não há uma definição de quando se iniciam os cortes de juros, já que o núcleo da inflação segue elevado”, acrescenta Gabriel Costa, analista da Toro Investimentos.
A curva de juros, com isso, fechou em alta. As taxas dos DIs para 2024 ganharam três pontos-base, a 13,31%, e as dos DIs para 2025, 10,5 pontos, a 11,76%. Os DIs para 2027 foram a 11,36%, com mais oito pontos, e os para 2029, a 11,69%, com mais sete pontos. Os contratos para 2031 foram a 11,89%, com mais cinco pontos.
Mesmo assim, companhias ligadas ao mercado interno subiram. As ações ordinárias da Alpargatas (ALPA4) avançaram 17,41%, após o anúncio de uma OPA, as preferenciais da Azul (AZUL4), 9,38%, e as ordinárias da Cogna (COGN3), 7,23%. Magazine Luiza e CVC (CVCB3) vieram na sequência entre as maiores altas, com mais 4,40% e 4,92%.
“A combinação de redução nas expectativas para a inflação, mostrada na Focus desta segunda-feira, com sinais de atividade econômica resiliente, de acordo com dados divulgados nas últimas semanas, ajudou para o bom desempenho dos papéis ligados ao consumo interno”, avalia Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.
O dólar, por sua vez, caiu 0,50% frente ao real, a R$ 4,97 na compra e a R$ 4,971 na venda.
Em Nova York, os índices fecharam sem direção exata, com investidores ainda monitorando toda a discussão sobre o aumento do teto de gastos da dívida americana. O presidente Joe Biden e o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, devem se encontrar ainda hoje. O Dow Jones foi na mesma direção do Ibovespa e perdeu 0,42%, o S&P 500 ficou praticamente estável, com alta de 0,02%, e o Nasdaq subiu 0,50%.
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