Hypermarcas despenca na bolsa

Investidores esto receosos com o destino da empresa e ao est em baixa de 8% no ano



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Lu Miranda_247 – Quem acompanhou a oscilação do Ibovespa durante a terça-feira 26 observou a presença constante dos papéis da Hypermarcas na lista das maiores baixas. A ação (HYPE3) levou um tombo ao longo do dia e fechou com queda de 2,65%, enquanto o Ibovespa ficou estável. Nos últimos pregões, os papéis da empresa especializada em “ressuscitar” marcas populares antigas vêm acumulando perdas constantes que levam a um balanço desanimador: desvalorização superior a 14% no acumulado de 12 meses e perda de mais de 8% em 2011.

O desempenho é frustrante para um ano em que investidores e analistas apostavam na rentabilidade após muitos gastos com aquisições e marketing. No ano passado, as despesas com a divulgação de produtos (alma do negócio da Hypermarcas) foram de R$ 598 milhões, o equivalente a 18,9% da receita líquida da empresa. Além disso, a companhia conseguiu realizar nada menos do que nove aquisições, para um portfólio que chega a quase 200 diferentes marcas. No final de 2010, o endividamento era de R$ 1,76 bilhão.

A Planner elegeu 2011 como “o ano do papel da Hypermarcas”. Segundo a equipe de analistas da corretora, a companhia e os acionistas iriam colher os resultados de tantos investimentos realizados nos últimos anos. O preço-alvo estabelecido foi de R$ 25,15 para dezembro deste ano, o que representaria uma valorização de 21,5%. Mas quase no quinto mês de 2011, o papel está cotado a R$ 20,55. O analista da Planner, Francisco Kops, mantém a recomendação de alta para a ação da Hypermarcas. Ele aponta três possibilidades para a queda das ações nos últimos dias: o movimento recente dos papéis poderia ser um “ajuste”, ou seja, a venda por parte do investidor para embolsar os ganhos.

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Os outros dois motivos são mais preocupantes, do ponto de visto de resultados. A existência de rumores sobre a compra da indústria carioca de cosméticos Niely, o que desagradaria os acionistas. “Eu gostaria, e já escrevi em relatório, que a Hypermarcas colocasse o pé no freio porque fez muitas aquisições no ano passado”, afirma Kops. É essa fúria compradora que leva ao terceiro motivo para a rejeição, até aqui, da Hypermarcas na bolsa: a compra do laboratório Mantecorp foi mal digerida. “Essa aquisição foi feita através da emissão de ações. Parte delas, os acionistas da Mantecorp puderam vender imediatamente. A outra parte só poderia ir à mercado após 90 dias, com a autorização da Hypermarcas, e esse prazo se encerra agora no final de abril”, diz Kops. Quem acompanha o dia a dia da empresa contabiliza que são cerca de R$ 900 milhões em ações que podem ser colocadas à venda. É uma força que leva a cotação para baixo e assusta os investidores. O que pode mudar esse cenário é a divulgação dos resultados da empresa, que acontece em 9 de maio. Mas, até lá, é preciso ter cautela.

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