Havia um grampo no ministério da Fazenda?

Reinaldo Azevedo previu, em 2 de setembro, o escndalo do vazamento que se desenrola agora. Ter sido apenas o bom faro jornalstico?



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247 – É muito estranha a crise que se aproxima do ministério da Fazenda. Na sexta-feira, a CVM anuncia que está investigando um vazamento atípico de informação na reunião do Comitê de Política Monetária de agosto. Instantes depois, o motorista do ministro Guido Mantega é demitido. No sábado, Mônica Bergamo publica notas, na Folha de S. Paulo, sobre a demissão, feita às pressas pelo ministro interino Nelson Barbosa. E Reinaldo Azevedo, na manhã do sábado, publicou também um post intrigante. Ele trouxe à baila um texto de 2 de setembro, em que já dizia que o jornalismo investigativo deveria sair à caça do escândalo que só agora se desenrola. Reinaldo Azevedo tem admiradores e detratores em grande quantidade. Goste-se ou não do que ele escreve, o fato é que ele nunca foi um especialista em economia. Como será que Reinaldo sabia que “poucos, pouquíssimos” ganharam com a aposta? Havia um grampo no Ministério da Fazenda? Leia, abaixo, os posts de Reinaldo Azevedo, publicados na manhã deste sábado:

Lembram-se daquela história dos “adivinhos” que levaram uma bolada com a queda dos juros?

Lembram-se daquela inesperada redução da taxa de juros de 12,5% para 12% ao ano? Os tais “mercados” anteviram o dilúvio, o fim da independência do Banco Central e coisa e tal… Discordei. Disse o que pensava e chamei a atenção dos leitores para outro outro aspecto da notícia. Leiam parte do que escrevi; em seguida, publico trecho de uma reportagem do Estadão. Volto em seguida:

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Neste blog, no dia 2 de setembro:

Se eu fosse da área de economia ou do tal “jornalismo investigativo”, já estaria tentando saber, a esta altura, quem, no mercado, ganhou com a redução dos juros. Convenham: dado o andar da carruagem, era preciso ser porra-louca ou vidente para apostar numa queda de meio ponto na taxa. Como porra-louca de mercado já virou mendigo, e como videntes não existem, seria interessante saber como foi que alguns poucos, pouquíssimos, ganharam com a aposta. “Ah, mercado é assim mesmo, é risco!” Uma ova! Nem os poucos economistas que defendiam a redução acreditavam que ela fosse acontecer. O padrão dos últimos anos é corresponder às expectativas. Sim, há boatos de vazamentos. Eu acho que é meter a enxada nesse terreno para ver pular as minhocas.

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Estadão deste sábado, 15 de outubro:

CVM investiga ‘movimentação atípica’ no mercado futuro de taxa de juros

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Por Sabrina Valle e Leandro Modé:

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu investigação para apurar “movimentações atípicas” no mercado futuro de juros na semana de 31 de agosto, na qual o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto porcentual, para 12% ao ano. O movimento surpreendeu a maioria dos investidores e analistas. A CVM não entrou em detalhes sobre a investigação. Por meio da assessoria de imprensa, informou apenas que “o contrato futuro de taxa de juros é um valor mobiliário, negociado em bolsa, cujo acompanhamento está na competência da CVM”. “A autarquia acompanha regularmente a movimentação deste mercado e não comenta investigações em curso.” A CVM não informou se é a primeira vez que abre investigação especificamente nesse segmento de mercado.

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De qualquer forma, um possível vazamento de informação de um órgão do governo não seria enquadrado na autarquia como um caso de “informação privilegiada” (insider information, na expressão em inglês), um crime tipificado contra o mercado, que pode levar à prisão dos envolvidos. Neste caso, se forem confirmados os indícios de irregularidades, será aberto um “processo sancionador” contra as pessoas e/ou instituições envolvidas. Tecnicamente, o processo abordará a chamada “prática não equitativa”, quando um agente do mercado obtém condições favoráveis em detrimento de outros.

“Prática não equitativa” é enquadrada como infração grave e leva à aplicação de multas, em caso de condenação. Os acusados seriam os beneficiários do suposto ganho irregular. Em tese, conhecimento antecipado de um movimento no juro básico poderia levar a ganhos em aplicações no mercado futuro. Segundo fontes de mercado, dificilmente uma investigação como esta será concluída em menos de seis meses, por causa das dificuldades para que se prove uma irregularidade do gênero. A CVM não fala sobre quanto tempo levaria a investigação.

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Reação

O Estado apurou que as operações sob investigação ocorreram no mercado de opções de taxas de juros, com vencimento entre outubro de 2011 e janeiro de 2012. Um operador explicou que, em caso de aposta certeira (sobretudo quando uma decisão surpreende, como a do BC em agosto), os ‘vencedores’ podem ganhar alguns milhões de reais. A CVM informou que investigações como essa podem ter duas origens: as operações atípicas podem ser detectadas pelos próprios funcionários da autarquia ou podem ter origem na denúncia de algum participante do mercado. Neste caso, a autarquia não disse qual a origem das suspeitas. Aqui

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Voltei

Pois é… Eis aí uma coisa que rende, com potencial, acho eu, de abalar a República…

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Por Reinaldo Azevedo

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