Grupo J&F entra na briga pelo controle da Braskem

Grupo dos irmãos Batista concorre com o fundo estadunidense Apollo, com a petroleira de Abu Dabhi Adnoc e com a brasileira Unipar pela aquisição da petroquímica

(Foto: Reprodução)


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247 - A holding dos irmãos Batista, J&F, que é proprietária da JBS, está em conversas com bancos com o objetivo de articular uma proposta para adquirir a Braskem e competir com o fundo norte-americano Apollo, a petroleira de Abu Dabhi Adnoc e a brasileira Unipar na disputa pela empresa petroquímica, informa o Estado de S. Paulo. Um consórcio composto por cinco grandes bancos detém ações da Braskem como garantia por empréstimos concedidos à Novonor (antiga Odebrecht e atualmente em recuperação judicial).

O interesse da J&F pela Braskem já é conhecido desde o ano passado, sendo considerada uma compradora de relevância devido à sua capacidade financeira. No entanto, Apollo e Adnoc também estão na disputa. A petroleira árabe é uma das maiores do mundo, enquanto a Apollo possui experiência na gestão petroquímica, tendo desempenhado um papel significativo no passado com a LyondellBasell. Já a petroquímica Unipar, embora esteja livre de dívidas, é um concorrente de menor porte, com receita substancialmente inferior à da Braskem.

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Alguns especialistas do mercado ressaltam que a JBS, principal negócio da J&F, já é muito robusta e não tem mais espaço para crescer exponencialmente no setor de proteínas. Portanto, diversificar é uma estratégia interessante.

Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) buscam recuperar o máximo possível dos aproximadamente R$ 15 bilhões devidos pela Novonor, por meio dessa venda. Por essa razão, a melhor oferta deve envolver um menor desconto e garantir a solidez financeira do futuro proprietário da Braskem, visto que qualquer um deles será financiado pelos próprios bancos credores.

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Tanto a proposta da Apollo/Adnoc quanto a da Unipar preveem que parte da dívida dos bancos seja convertida em uma nova forma de pagamento. Além disso, também é considerada a capacidade de articulação com o governo, pois há uma expectativa de que a Petrobrás mantenha pelo menos sua participação atual e não exerça o direito de compra da participação da Novonor.

A gestora norte-americana e a empresa árabe têm mantido diálogos com figuras-chave do atual governo, começando pelo presidente Lula (PT) e passando pela Petrobrás e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

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Embora a venda da Braskem esteja se arrastando desde 2019, fontes envolvidas nas negociações acreditam que agora há um impulso real para finalizá-la. "Neste momento, o negócio está ganhando tração e todas as partes envolvidas desejam chegar a um acordo, o que é muito diferente de 2019", disse um interlocutor, ressaltando que é necessário negociar com bancos públicos, privados, governo e família Odebrecht, o que exige habilidade. Esse executivo acredita que a Petrobrás não será a compradora da empresa, pois isso poderia levar a uma reestatização do setor.

O sócio fundador da MaxiQuim, João Luiz Zuñeda, destaca o papel importante desempenhado pela Petrobrás nessa equação, já que contribuiu para consolidar a petroquímica e levá-la ao tamanho atual. "Há também uma questão econômica e, considerando que a Petrobrás é uma empresa estatal, sempre existe a possibilidade de uma influência política nessa decisão", afirmou. Procuradas, as empresas não comentaram sobre o assunto.

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