Greves se alastram nas montadoras

Volks e Honda esto paradas; trabalhadores da GM conquistam vitria depois de cruzar os braos



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247_As montadoras de automóveis enfrentam uma série de paralisações em diversas partes do País. A fábrica da Volkswagen de São José dos Pinhais (PR) e a Honda, de Sumaré (SP), estão com as atividades paradas. Os trabalhadores das unidades da GM em São José dos Campos e São Caetano do Sul, ambas em São Paulo, conquistaram a primeira vitória depois de cruzar os braços. Na tarde de quarta-feira 24, eles conseguiram aumento de 30% na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) que inicialmente tinha sido oferecida pela empresa. Agora, a PLR vai totalizar R$ 10.834, caso as metas atinjam 100%, o equivalente à produção de 410 mil veículos nas duas unidades da manotadora. E se as metas superarem 120%, o valor pode atingir até R$ 13.080.

Na Volkswagen do Paraná, os funcionários estão em greve desde o dia 5. A Honda ficou paralisada por mais de uma semana e ontem iniciou um período de licença remunerada até o dia 3. A greve na Volkswagen completa 20 dias e pode ser a mais longa da empresa no Paraná, onde se instalou em 1999. Em setembro de 2009, os trabalhadores ficaram parados 21 dias, em reivindicação por reajuste salarial. Desta vez, eles pedem R$ 12 mil de PLR, metade ainda em maio. Em assembleia ontem, os trabalhadores decidiram continuar em greve. A empresa mantém a oferta de R$ 4,6 mil como primeira parcela e discussão do valor da segunda até o fim do ano, atrelado a metas. Nova assembleia ocorrerá amanhã. A Volks entrou com pedido de dissídio no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), previsto para 6 de junho.

Os trabalhadores estão aproveitando o superaquecimento do mercado consumidor para forçar negociações com a empresa. Hoje, um interessado em adquirir um Golf, da Volks, terá que esperar até 120 dias para receber o veículo. As concessionárias continuam aceitando encomendas, o que vai pressionar ainda mais as montadoras a acelerarem a produção. Um efeito colateral da greve é a elevação dos preços de carros semi-novos. Modelos com baixa quilometragem estão muito valorizados. Em São Paulo, é possível encontrar um Golf, com 1.300 quilômetros rodados, por apenas R$ 1.000,00 a menos do que um similar zero quilômetro.

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Segundo o sindicato, a Volks deixou de produzir até agora 10.530 veículos Golf, Fox e CrossFox, o que somaria prejuízo de R$ 421,2 milhões. Ainda segundo a entidade, com 1,03% desse valor (R$ 4,34 milhões) seria possível pagar R$ 1,4 mil para cada um dos 3,1 mil metalúrgicos, referente à diferença entre o que pedem e o valor oferecido pela empresa. A Volks não se manifestou.

Representantes dos sindicatos dos metalúrgicos de São José e de São Caetano, que representam os trabalhadores da GM, estavam reunidos ontem à noite para discutir a PLR deste ano. Na sexta-feira, os funcionários de São José fizeram paralisação de 24 horas e os de São Caetano atrasaram a entrada. Eles também querem R$ 12 mil de PLR para os 16,5 mil operários das duas fábricas.

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Na semana passada, a empresa ofereceu R$ 9,5 mil, 13% a mais que em 2010, mas os sindicatos abandonaram a negociação, segundo a GM. A montadora coloca como meta a produção de 410 mil carros nas duas fábricas. Sem nova proposta, o Sindicato de São José ameaça greve por tempo indeterminado. Na Honda, o protesto é contra a demissão de 400 funcionários na semana passada. A empresa alega que terá que reduzir a produção por falta de peças importadas do Japão. Na quinta-feira, as duas partes terão audiência no TRT de Campinas, para tentar uma conciliação. O sindicato entrou com ação pedindo a suspensão dos cortes, considerados “assédio moral coletivo.

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