Grande investidor diz que perspectiva de vitória de Bolsonaro é zero

Lawrance Pih se preocupa com reação do ocupante do Planalto. "Povo e instituições devem permanecer vigilantes e monitorar cada passo, não lhe permitindo incendiar o País”, afirma

(Foto: Reprodução | Reuters)


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Um dos grandes investidores do Brasil, Lawrence Pih diz que a perspectiva de vitória de Jair Bolsonaro nas eleições deste ano é “zero”.

Pih foi presidente do Moinho Pacífico, de processamento de trigo, que foi vendida para o Grupo Bunge em 2015. 

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Pós-graduado em Filosofia pelo Four-College PhD Program, da Universidade de Massachusetts, o investidor foi um dos primeiros grandes empresários a apoiar Lula e o PT, na década de 80.

Lawrence Pih deu entrevista a Joana Cunha, do Painel S.A., da Folha, em que falou sobre as eleições deste ano e as perspectivas para a economia do ano que vem. Seguem os principais trechos.

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O senhor, que foi um dos primeiros empresários a apoiar o PT na década de 80 e também um dos primeiros a criticar o governo Dilma, o que está achando do momento atual? 

Os dois mandatos do presidente Lula trouxeram robusto crescimento econômico, redução da desigualdade, distribuição de renda, inclusão social e investimento em educação e saúde.

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O Brasil era respeitado mundo afora e era visto como um dos países líderes do G-20. Hoje, o país está envolto em crise econômica, aumento da fome, discórdia social. Um governo com vocação autoritária, repleto de terraplanistas desqualificados, desprovidos de competência, de ética, de moral, de pudor e dignidade. Internacionalmente, somos vistos como pária.

Na sua opinião, quais são os reais riscos na retórica de ameaças ao resultado das urnas feitas por Bolsonaro? 

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O presidente Bolsonaro disse expressamente que a história pode se repetir e que temos pela frente uma luta do bem contra o mal. Nessas frases, está explícita a vontade dele de não aceitar a vontade do povo. Ele se equivoca e inverte o bem e o mal.

O que achou do episódio dos empresários bolsonaristas no grupo de Whatsapp que trocou mensagens a favor do golpe de estado em caso de vitória de Lula? 

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Traz à memória a Operação Bandeirante dos anos 1960, quando empresários arquitetavam e apoiavam a implantação de uma ditadura que maculou por mais de duas décadas a história do país. São indivíduos do mesmo nível, e o peso da Constituição deve recair sobre eles.

Quais são as suas previsões para a economia do Brasil em 2023, seja quem for o presidente? 

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A nossa economia está em frangalhos. A inflação vai superar o teto estabelecido pelo terceiro ano consecutivo por absoluta incompetência, populismo barato, medidas eleitoreiras sem fim.

Os juros permanecem na estratosfera, o poder de compra, corroído, e as falências no setor privado aumentarão. O atual governo não executou reforma tributária ou administrativa, porém, reduziu verbas para ciência, tecnologia, educação e investimentos em infraestrutura, e foi extraordinariamente generoso com o balcão transacional do orçamento secreto.

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O próximo presidente herdará um país falido e em recessão, desunido, com um abismo de desigualdade, carência na saúde, na educação e na infraestrutura. Para piorar, estamos à beira de uma recessão global. O que o governo Bolsonaro criou foi uma bomba-relógio para explodir em 2023.

A maior ameaça ao país não é pandemia, desastre climático, Amazônia em chamas, colapso econômico ou até uma guerra global. Mas o fascismo totalitário em construção. Com a história na mão, o povo saberá fazer a hora e não esperar o fascismo varrer o país.

Como avalia o resultado do Datafolha de sexta-feira? 

A pesquisa Datafolha mostra um quadro estável e consolidado. Com 51% de rejeição, que também permanece estável, a perspectiva de uma vitória do presidente Bolsonaro é zero.

O grande risco reside no intervalo entre o primeiro e o segundo turno. Com nítida disposição autoritária, o candidato à reeleição vem insinuando que não aceitará um resultado que não lhe seja favorável.

O povo e as instituições devem permanecer vigilantes e monitorar cada passo, não lhe permitindo incendiar o país. Torço para que se conclua a eleição no dia 2 de outubro.

 

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