Governo cobrará R$ 30 milhões de casas de aposta para operarem no Brasil e taxará 15% da receita

Medida provisória está em fase de finalização e deve ser editada após retorno do presidente Lula e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, da viagem à China na próxima semana

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Foto: Jose Cruz/Agência Brasil)


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BRASÍLIA (Reuters) - Ao regulamentar o setor de apostas esportivas online, o Ministério da Fazenda deve instituir uma tributação de 15% sobre a receita dos jogos, além de exigir o pagamento de outorga de 30 milhões de reais para que as empresas operem no país, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto.

As regras serão instituídas por meio de medida provisória, que está em fase de finalização no governo e deve ser editada após o retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, da viagem oficial à China na próxima semana.

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Os valores foram divulgados inicialmente pelo site Poder360 e confirmados pela Reuters, que já havia antecipado a intenção do governo de cobrar outorga para liberar o funcionamento das companhias no país. O pagamento de 30 milhões de reais, segundo as fontes, fará com que a empresa receba licença para cinco anos de operação.

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Um dos responsáveis pela formulação da medida afirmou que a taxação de 15% incidirá sobre o “gross gaming revenue”, receita bruta obtida com todos os jogos feitos, subtraídos os prêmios pagos aos jogadores.

Segundo essa fonte, que pediu anonimato porque as discussões não são públicas, a MP também deve trazer dispositivo para autorizar o retorno da Lotex (Loteria Instantânea Exclusiva), conhecida como “raspadinha”.

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A modalidade está fora de operação no país desde 2015. Entre 2016 e 2019, o governo fez tentativas de desestatizar a Lotex, braço de loteria instantânea da Caixa Econômica Federal, mas a operação não foi bem sucedida.

A medida provisória é uma das apostas da equipe econômica para ampliar a arrecadação de impostos, em busca de demonstrar compromisso com a trajetória de melhora das contas públicas.

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Depois de prever inicialmente que a medida poderia gerar ganho anual de 6 bilhões de reais ao governo, Haddad afirmou nesta semana que as contas foram revisadas e agora indicam uma potencial arrecadação de 12 bilhões a 15 bilhões de reais.

Recentemente, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou em uma conversa reservada com lideranças da Casa que, a princípio, é a favor da taxação das apostas online, segundo uma fonte com conhecimento direto do assunto.

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Nas chamadas apostas de quota fixa, o apostador tenta prever resultados de eventos esportivos, como placar, número de cartões amarelos e vermelhos, autores de gols e substituições de jogadores, por exemplo. Ao apostar, a pessoa já sabe quanto pode ganhar se acertar, por meio da aplicação de um multiplicador do valor apostado.

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Uma lei aprovada em 2018 autorizou as apostas esportivas no Brasil, mas determinou regulamentação futura desse mercado, o que ainda não foi feito. Por isso, o governo não consegue tributar o setor até o momento.

Nos últimos anos, companhias do setor cresceram em popularidade no Brasil, assumindo uma série de contratos de patrocínio de clubes esportivos, além de veicularem publicidade em canais de televisão e redes sociais de influenciadores digitais.

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Segundo dados do setor, ao menos 20 companhias já operam no mercado de apostas esportivas online no Brasil. Entre as marcas, estão Bet365, Sportingbet, Sportsbet, Galerabet, Pixbet e Betano.

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