Fed anuncia alta de juros em 0,25 ponto percentual, primeira elevação desde 2018, e prevê mais 6 altas pela frente no ano

Com isso, as taxas vão subir para um intervalo entre 0,25% e 0,5%, em atuação da autoridade monetária americana para conter os preços

(Foto: Aquiles Lins)


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InfoMoney - O Federal Reserve anunciou o tão esperado aumento de taxa de juros, o primeiro desde 2018, em 0,25 ponto percentual, para um intervalo entre 0,25% e 0,5%, conforme comunicado após conclusão da reunião do Fomc (Federal Open Market Commitee) desta quarta-feira (16).

A decisão era esperada há algum tempo e já elevou o custo das hipotecas residenciais e outros tipos de crédito em antecipação à atuação do Fed para conter a alta dos preços, que já está no ritmo mais forte em 40 anos. 

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Junto com a decisão, o comitê também apontou altas nas taxas em cada uma das seis reuniões restantes deste ano, projetando juros entre 1,75% e 2% até o final do ano. O comitê vê mais três aumentos em 2023.

A decisão foi aprovada por 8 integrantes do comitê nesta quarta, com apenas uma dissidência. Foi a de James Bullard, do Fed de St. Louis, que votou por uma alta mais agressiva, de 0,5 ponto percentual.

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O Fomc tem a meta de alcançar uma inflação de 2% no longo prazo. “Com o adequado fortalecimento da política monetária, o Comitê espera que a inflação volte ao seu objetivo de 2% e o mercado de trabalho continue forte”, por isso decidiu aumentar taxa e “prevê que os aumentos contínuos serão apropriados”.

Já sobre o balanço patrimonial de quase US$ 9 trilhões do Fed, composto principalmente por títulos do Tesouro e títulos lastreados em hipotecas que comprou ao longo dos anos, o comunicado destacou que espera reduzir suas participações nos ativos em uma próxima reunião.”

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As autoridades também ajustaram suas perspectivas econômicas em várias frentes, vendo uma inflação muito mais alta do que esperavam em dezembro do ano passado e um crescimento do PIB consideravelmente mais lento.

Os membros do comitê aumentaram suas estimativas de inflação, esperando que o núcleo do índice de preços do consumidor, excluindo alimentos e energia, tenha uma alta de 4,1% deste ano, em comparação com a projeção de 2,7% em dezembro de 2021. Para 2022 e 2023, as projeções são de alta de 2,7% e 2,3% respectivamente, antes de chegar à meta de longo prazo de 2%.

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Já sobre o PIB para 2022, a projeção foi cortada de 4% em dezembro para 2,8%; a expectativa é de que a taxa de desemprego feche o ano a 3,5%. O comunicado retirou a referência direta à pandemia de coronavírus, mas mencionou a guerra na Ucrânia como “pressão ascendente adicional sobre a inflação” e pesando sobre a atividade econômica.

“A invasão da Ucrânia pela Rússia está causando enormes dificuldades humanas e econômicas”, disse o comunicado. “As implicações para a economia dos EUA são altamente incertas, mas no curto prazo, provavelmente, a invasão e os eventos relacionados criarão uma pressão ascendente adicional sobre a inflação e pesarão sobre a atividade econômica”, avaliou.

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Mais projeções

O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) elevou a mediana das projeções dos juros dos Fed Funds em 2022, de 0,9% para 1,9%, na comparação com as previsões feitas no último mês de dezembro.

Para 2023, a projeção da mediana subiu de 1,6% para 2,8%. Para 2024, de 2,1% para 2,8%.

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No longo prazo, foi reduzida de 2,5% para 2,4%.

De acordo com o gráfico de pontos divulgado nesta quarta pelo Federal Reserve, sete integrantes do Fomc projetam que o juro básico nos Estados Unidos ficará pelo menos em 2,0% ao ano ao fim de 2022.

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Segundo a divulgação, 2 dirigentes esperam juro na faixa entre 2,0% e 2,25%; 3 preveem taxa de 2,25% a 2,50%; 1 projeta que faixa entre 2,50% e 2,75% será adequada, e mais um prevê juro entre 3,0% e 3,25%. Entre outras previsões, um membro do Fomc espera juro entre 1,25% e 1,50%; três projetam taxa de 1,50% a 1,75%; e cinco esperam que os Fed funds terminem o ano entre 1,755 e 2,0%.

Para 2023, o gráfico de pontos também mostrou ampla gama de projeções, com apenas um dirigente esperando juro na faixa entre 2,00% e 2,25%, e quatro prevendo taxa de 2,255 a 2,50%. Ao mesmo tempo, três banqueiros centrais veem o juro entre 2,50% e 2,75%, mesmo número de dirigentes que esperam algo na faixa entre 2,755 e 3,0%. Entre os demais, cinco membros do Fed projetam juro acima de 3,0% ao fim do ano que vem.

Já para 2024, dois dirigentes preveem juro entre 2,0% e 2,25%; um na taxa de 2,25%; três entre 2,25% e 2,50%; cinco entre 3,0% ou mais; e outros cinco dirigentes na faixa de 2,50% a 3,0%. No longo prazo, seis dirigentes veem o juro em 2,25%, cinco em 2,50% e mais dois em 3,0%.

Tom mais duro, mas em linha com o esperado

A comunicação que seguiu a decisão de elevar os juros em 0,25 ponto percentual não trouxe muitas novidades, destacou Luca Mercadante, economista da Rio Bravo. O Fed considerou as pressões vindas da guerra na Ucrânia como altistas, e indicou que a redução do balanço de ativos deve começar a partir da próxima reunião.

Em coletiva, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, reforçou que a economia americana está bastante aquecida, dando ênfase ao mercado de trabalho. Assim, a economia não deve sofrer tanto com o aperto monetário.

“Como dito antes pelo presidente do Fed, altas de 0,5 ponto percentual não são descartadas caso sejam necessárias. Mesmo considerando o tom mais duro, a reunião não trouxe grandes surpresas, tendo assim um teor um pouco mais neutro”, avalia Mercadante.

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