Fabio Alperowitch: "derrocada da Americanas é o capitalismo tóxico do resultado a qualquer custo"

“As instituições devem apurar a participação direta ou indireta dos administradores, controladores, conselheiros e auditores, punindo os envolvidos", aponta Fabio Alperowitch



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247 - “A grotesca debacle das Lojas Americanas, uma das mais populares varejistas brasileiras, pode ser vista de duas formas. A primeira é a visão tradicional, segundo a qual executivos da companhia durante anos supostamente fraudaram as demonstrações financeiras da empresa ocultando um rombo colossal, trazendo vultosos prejuízos a centenas de milhares de acionistas, debenturistas, credores, fornecedores, cotistas dos fundos imobiliários que detêm suas lojas, os executivos que possuíam parcela relevante de suas reservas em planos de incentivo, além de colocar em risco o emprego de mais de 40 mil pessoas”, analisa Fabio Alperowitch, que é sócio fundador da Fama Investimentos, no portal Reset.

“As instituições competentes devem apurar a participação direta ou indireta dos administradores, controladores, conselheiros e auditores, punindo exemplarmente os envolvidos. Nesta visão tradicional – e ela está correta – a Americanas é protagonista de um dos maiores escândalos da história do mercado de capitais, com dimensão relevante na escala global”, acrescenta.

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“A busca pelo resultado a qualquer custo inclui passar por cima dos interesses dos stakeholders para atender interesses próprios, muitas vezes negligenciando integridade e ética. Neste sentido, não podemos ver a Americanas como um caso isolado, mas sim como produto de uma cultura da fase mais hostil do capitalismo, que teve seu auge nos anos 1990 e 2000 – coincidentemente o período em que a Americanas destacava-se e figurava entre as empresas mais admiradas do país”, avalia.

“Os reguladores precisam entender o tamanho de suas responsabilidades, tanto na regulação quanto na fiscalização. Da mesma forma, precisam entender que o aculturamento do mercado é fundamental e terem o devido cuidado na formulação de listas, ratings e concessão de selos. A cultura corporativa da ganância, dos atalhos, e objetivos puramente financistas precisa ser substituída pelo olhar ético com respeito absoluto a todos os stakeholders”, opina. 

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