Ex-ministro de FHC diz que radicalismo do BC abre espaço para o fim da autonomia

As declarações de Mendonça de Barros surgem no contexto da quarta reunião do Copom deste ano, na qual a expectativa é que a Selic seja mantida em 13,75% ao ano

Luiz Carlos Mendonça de Barros
Luiz Carlos Mendonça de Barros (Foto: Reprodução)


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247 — O ex-ministro das Comunicações durante o governo Fernando Henrique Cardoso, Luiz Carlos Mendonça de Barros, publicou em seu perfil no Twitter uma crítica ao radicalismo do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), alertando para o risco de isso abrir espaço para mudanças na lei de independência do BC e para a nomeação de uma diretoria alinhada ao Partido dos Trabalhadores (PT) durante o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

As declarações de Mendonça de Barros surgem no contexto da quarta reunião do Copom deste ano, na qual a expectativa é que a taxa básica de juros, conhecida como Selic, seja mantida em 13,75% ao ano, mesmo com a recente queda da inflação.

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As críticas ao BC e ao Copom têm sido recorrentes tanto por parte do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, quanto por outros membros do governo. Desde o início do ano, Lula tem se manifestado contra os altos juros, afirmando que eles prejudicam os investimentos e não têm justificativa para se manterem nesse patamar. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também expressou sua opinião de que os juros deveriam ter começado a cair em março.

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Embora a taxa Selic tenha parado de subir em agosto do ano passado, ela se encontra no nível mais alto desde o início de 2017. Esse aperto monetário já está afetando a desaceleração da economia brasileira.

De acordo com a última edição do boletim Focus, que é uma pesquisa semanal com analistas de mercado, a expectativa é de que a taxa Selic seja mantida em 13,75% ao ano pela sétima vez consecutiva. No entanto, o mercado financeiro projeta que a taxa encerre o ano em 12,25% ao ano. O resultado dessa reunião será anunciado pelo Copom na quarta-feira, dia 21 de junho.

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Na ata da última reunião, realizada em maio, o Copom destacou a necessidade de paciência e serenidade na decisão da taxa de juros. Embora seja um cenário menos provável, o BC reforçou a possibilidade de aumentar a Selic. Para o Banco Central, a aprovação de um arcabouço fiscal pode contribuir para o equilíbrio das contas públicas e influenciar as expectativas de inflação.

É importante ressaltar que as expectativas de inflação têm apresentado queda nos últimos meses. Segundo o boletim Focus mais recente, a estimativa de inflação para 2023 passou de 5,42% para 5,12%. Em maio, impulsionado pela redução nos preços dos combustíveis e dos artigos de residência, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma variação de 0,23%, acumulando uma alta de 2,95% no ano e 3,94% nos últimos 12 meses.

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