"Europa está prestes a lançar uma união fiscal"
Chanceler alem Angela Merkel revela a Parlamento plano oramentrio comum com regras restritas para a Zona do Euro como medida para resgatar a credibilidade do bloco e estancar a crise
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Roberta Namour, correspondente do 247 em Paris – O impasse da resolução da crise da dívida da Europa parece se encaminhar para um novo patamar. Nas últimas 24 horas, o casal sarko-merkel reiterou – cada um em seu país - que uma retomada das rédeas da situação será anunciada na próxima semana. Por enquanto, poucos detalhes foram divulgados, até porque, a França e a Alemanha ainda não parecem 100% de acordo em todas as etapas do plano.
A chanceler alemã, Angela Merkel, disse hoje que a Europa está prestes a estabelecer uma união fiscal em um discurso no Parlamento. "Nós não estamos falando apenas de um orçamento comum, nós estamos começando a criá-la ", disse ela, acrescentando que seria uma união fiscal com regras restritas, pelo menos para a zona do euro. "O elemento central desta união da estabilidade, buscada pela Alemanha, será um novo teto de endividamento europeu. Para isso, os tratados europeus deverão ser modificados », acrescentou.
Assim como fez Nicolas Sarkozy durante um discurso em Toulon na noite de ontem, ela reconheceu que "os políticos europeus perderam a credibilidade no contexto da crise da dívida na zona do euro por não terem aplicado as regras do Pacto de Estabilidade".
Para uma Europa desestabilizada, o anúncio de um plano comum de controle financeiro é uma boa notícia. Mais ainda quando, depois de duas semanas de tensão, o primeiro-ministro do Reino Unido, decide deixar as pedras de lado para apoiar as decisões da dupla franco-alemã.
David Cameron chega a um almoço com Nicolas Sarkozy no Elysée cheio de boa vontade nesta sexta-feira. A cúpula bilateral originalmente programada sobre a cooperação entre os dois países foi adiada para 2012. No lugar, a reunião se dedicará à preparação do Conselho Europeu da próxima semana. Na atual situação, o resgate do euro tem prioridade.
Na última vez em que se encontraram, na cúpula de 24 de outubro, Sarkozy reprimiu duramente as críticas de Cameron, um auto-intitulado Eurocéptico: "Você perdeu uma boa oportunidade para ficar quieto. Você diz que odeia o euro e ainda quer se intrometer em nossas reuniões." Tudo indica que o primeiro-ministro inglês entendeu a mensagem e volta agora à Paris disposto a vestir a camisa de coadjuvante nessa batalha.
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