Estamos fadados a ABS e airbags como opcionais?
Temos que considerar que, se não fossem os importados, os preços dos nacionais estariam muito mais elevados e a demanda seria menor
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Acompanhei ontem (15/set) a coletiva do Ministro Mantega sobre a esdrúxula medida de elevar o IPI para os carros importados, em média 30%.
A argumentação de Mantega é que ele está preocupado com os empregos gerados pelas fabricantes “nacionais” em virtude dos elevados estoques. Mas, se os estoques estão elevados é porque a demanda está retraída, certo? Então, o que fazer para estimular a demanda, visto que 75% da aquisição de veículos é realizada por meio de financiamento?
A primeira resposta é reduzir os custos de financiamento e, nesse sentido, o governo deu o primeiro passo ao reduzir a taxa de juros básica. Porém, ainda é muito pouco. O governo deveria avançar na redução da elevadíssima alíquota dos depósitos compulsórios que, no Brasil, como a taxa de juros, também é a maior do mundo (43% sobre depósitos à vista) e que aumenta demasiadamente o custo de capital.
Temos que considerar que, se não fossem os importados, os preços dos nacionais estariam muito mais elevados e a demanda seria menor, refletindo na menor geração de emprego no setor. Inclusive porque a capacidade de produção doméstica é restrita pelo baixo volume de investimentos, principalmente na produção de insumos básicos, como, por exemplo, aços planos, borrachas (pneus), etc.
Por fim, não são os importados que estão emperrando a venda dos nacionais, mas sim a falta de estímulos a demanda via crédito, pois a classe média já se aproxima de 60% da população e a relação carro/habitante ainda é alta: 7,5/1. Além disso, temos que destacar a falta da qualidade dos carros nacionais, inclusive na área de segurança, pois, enquanto os importados oferecem ABS e Airbag como itens de série, parece que nós brasileiros estamos fadados aos nacionais que oferecem ABS e Airbag como “opcionais”, igualmente ao vidro elétrico e direção.
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