Empresários da construção avaliam paralisar obras após novo aumento da Petrobrás

A Petrobrás anunciou na manhã desta quinta-feira, 10, uma elevação brutal nos preços de gasolina, diesel e GLP, o gás de cozinha, para as distribuidoras a partir desta sexta

(Foto: Dênio Simões/Agência Brasília)


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247 - O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, anunciou que, após anúncio de novo aumento dos combustíveis pela Petrobras, vai se reunir na segunda-feira, 14, com empresários do setor para avaliar se será necessário paralisar obras de terraplenagem em todo o país, informa reportagem da Folha de S.Paulo.

As obras de terraplenagem são dependentes do óleo diesel e do asfalto, também fornecido pela estatal. Ao mesmo tempo, a terraplenagem exige mais equipamentos como caminhão, patrol e trator, que usam combustível. “Ninguém vai aguentar o aumento do preço”, diz Martins.

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"Há alguns anos, as obras pararam quando subiu demais o preço do asfalto. Tinha gente com 50% de custo no asfalto. E levou dois anos para convencer TCU e DNIT que precisava reajustar essas obras. Muita gente quebrou", afirma Martins.

A Petrobrás anunciou na manhã desta quinta-feira, 10, uma elevação brutal nos preços de gasolina, diesel e GLP, o gás de cozinha, para as distribuidoras a partir desta sexta-feira, 11. O preço médio da gasolina passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 o litro, um aumento de 18,77%. Para o diesel, o valor irá de R$ 3,61 a R$ 4,51, alta de 24,9%.

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A medida gerou revolta. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), afirmou que o aumento “foi um tapa na cara de um país que luta para voltar a crescer”. O anúncio levou motoristas ao redor do Brasil a formar filas para abastecer

Já um dos líderes da greve dos caminhoneiros de 2018, Wanderlei Alves, o Dedeco, disse que 'Brasil tem que parar' em protesto contra novo aumento dos combustíveis. "Os caminhoneiros autônomos e os empresários de transporte têm que se unir e parar o país. Ninguém vai aguentar. As transportadoras que têm 500, mil caminhões, com milhares de funcionários para pagar, vão quebrar”, disse.

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Segundo Dedeco, o conflito entre a Rússia e a Ucrânia está servindo como "desculpa para enriquecer ainda mais os donos da Petrobrás". “Eles já tiveram um lucro absurdo, doentio com os aumentos mais recentes, e estão ficando milionários às custas da tragédia de todos nós. Só quem está feliz hoje no país são os investidores da Petrobrás", afirmou. 

O caminhoneiro alertou, ainda, que o setor de transporte é o primeiro a sentir o impacto, mas ressaltou que os custos serão  repassados e chegarão "nas gôndolas dos supermercados, em todos os produtos", alcançando o restante da população.

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Jair Bolsonaro (PL) lamentou uma possível paralisação dos caminhoneiros. “O preço tá caro. Tem muito caminhoneiro aí que vai parar. Eu sei disso, lamento isso daí. Vai parar porque não suporta mais essa carga tributária. E é uma questão mundial. Digo a vocês que o diesel aqui agora, mesmo com tudo isso, está mais barato que nos Estados Unidos”, disse Bolsonaro, em sua transmissão ao vivo nesta quinta-feira.

Mais cedo, a apoiadores ele admitiu que não governa o Brasil. "Eu não defino preço na Petrobras. Eu não decido nada, não. Só quando tem problema cai no meu colo", disse. Pelo cargo que ocupa, Bolsonaro tem poder de indicar o presidente da Petrobrás, atualmente comandada pelo general Joaquim Silva e Luna. Também pode indicar nomes para conselhos da empresa - eles que definem da política de preços da estatal.

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O economista Marcio Pochmann alertou, em sua conta no Twitter, para os efeitos negativos do golpe contra Dilma Rousseff e da antiga Operação Lava Jato, dois fatores que resultaram no desmonte da Petrobrás e no consequente aumento dos preços dos combustíveis anunciado pela estatal.

"Gasolina muito mais cara no Brasil decorre da privatização da Petrobras e de sua distribuidora de combustíveis que permite que 400 empresas importem dos EUA, pagando em dólar, quando o Brasil é autosuficiente. Esse é o preços do golpe de 2016 e do trabalho da lava jato", escreveu o estudioso no Twitter.

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Deposta pelo golpe de 2016, Dilma Rousseff alertou, em 2014, para os prejuízos ao povo brasileiro da equiparação dos preços da gasolina à cotação do dólar.

"É verdade que cada país, no caso de combustível, não renuncia a sua própria política de preços para beneficiar os seus consumidores e seus empresários. Se eu atrelo a política de preços da Petrobrás ou de qualquer lugar a qualquer fator ou dado internacional eu tenho que me perguntar primeiro como esse mercado funciona", disse ela no dia 5 de setembro de 2014, durante entrevista em Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre.

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