Em Nova York, Mailson critica protecionismo e improviso na economia

Medida como o aumento do IPI para carros importados fecha o mercado e no boa a longo prazo, diz ex-ministro



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O Brasil está caminhando rumo a uma economia mais fechada e menos competitiva, o que deve ter consequências negativas no longo prazo, avalia o ex-ministro da Fazenda e sócio da Tendências Consultoria, Mailson da Nóbrega. Para ele, tanto o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis importados como a decisão de aplicar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre operações com derivativos cambiais são exemplos de decisões equivocadas do Ministério da Fazenda.

"Essas medidas mostram que esse é um governo que improvisa, que acredita que o governo tem de dar subsídios a certos setores, escolher vencedores, proteger o mercado interno. Isso é um equívoco, vai fechar ainda mais o mercado brasileiro e não é bom no longo prazo", afirmou hoje Mailson à Agência Estado, durante o evento Brasil Inc., em Nova York, promovido pelo jornal "Meio e Mensagem".

Para o ex-ministro, no fim das contas tanto o consumidor quanto a indústria saem perdendo com medidas protecionistas. "O consumidor acaba pagando mais e a indústria fica menos competitiva", avaliou. Segundo ele, o governo mostrou que improvisa ao decidir, em julho, aplicar IOF sobre derivativos, inicialmente de 1%, mas que pode chegar a 25%, entre a posição comprada e vendida no mercado futuro, sem fazer nenhuma consulta. "São decisões tomadas no afogadilho", disse.

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Já as novas regras do IPI preveem que as empresas que não atenderem aos requisitos de investimentos e uso de componentes nacionais terão alta de 30 pontos porcentuais no tributo até o fim de 2012. As montadoras terão de usar no mínimo 65% de conteúdo nacional ou regional (Mercosul), investir em pesquisa e desenvolvimento e preencher pelo menos seis etapas de produção no País.

Selic - Mailson disse ainda que a decisão do Banco Central de cortar o juro em 0,50 pp, para 12% ao ano, na última reunião, também pode se mostrar no futuro "inapropriada". Por enquanto, Mailson avalia que a taxa básica de juros terá mais três cortes de 0,50 pp, chegando a 10,5%.

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"Acredito que o superávit primário em 2012 será de 2,2% e não de 3% como espera o governo. E não vejo no horizonte um alto risco de colapso no sistema financeiro como em 2008. Então, se o cenário do BC não se confirmar, ele terá que voltar a aumentar a taxa. Isso afetará ainda mais a credibilidade do BC, que já está arranhada", analisou.

 

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