Deutsche Welle: por que o Oriente Médio está rejeitando o dólar

DW aponta que guerra na Ucrânia elevou temores de uso da moeda como arma política pelos EUA, mas ressalvam que domínio do dólar se deve também às facilidades que ele oferece

(Foto: Valter Campanato / Agência Brasil)


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247 — O Oriente Médio está passando por mudanças em relação ao uso do dólar como moeda dominante na região, apontou reportagem da Deutsche Welle. Especialistas afirmam que a guerra na Ucrânia aumentou os temores de que os Estados Unidos possam usar o dólar como arma política, levando países do Oriente Médio a buscar alternativas. No entanto, também é ressaltado que o domínio do dólar se deve às facilidades que ele oferece, destaca a reportagem.

No Iraque, por exemplo, o governo proibiu recentemente o uso do dólar em transações comerciais, o que causou preocupação entre os iraquianos que costumavam usar a moeda americana para comprar bens de alto valor, como carros e casas. A constante desvalorização da moeda local, o dinar, torna o uso do dólar mais conveniente nessas situações.

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Em outros países da região, também há movimentos em direção a outras moedas. O Iraque anunciou que fará negócios com a China usando o yuan em vez do dólar. A Arábia Saudita manifestou disposição para vender petróleo usando moedas como o euro e o yuan. Os Emirados Árabes Unidos planejam trabalhar com a Índia, utilizando a rúpia indiana. Além disso, vários países do Oriente Médio expressaram interesse em ingressar no grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e discutir a criação de uma moeda única para o comércio entre os membros.

No entanto, apesar desses movimentos, especialistas afirmam que a mudança está ocorrendo em um ritmo mais lento do que sugerem as manchetes alarmantes, aponta a DW. No Golfo Pérsico, por exemplo, onde os países produtores de petróleo têm uma parceria de longa data com os Estados Unidos, atrelando suas moedas ao dólar, não houve um desatrelamento significativo, diz a reportagem.

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As declarações sobre o afastamento do dólar são vistas como uma maneira de chamar a atenção dos Estados Unidos e podem estar relacionadas às sanções impostas pelos EUA e à guerra na Ucrânia. Quanto mais os EUA utilizarem o dólar como arma de política externa, mais os adversários podem buscar outras moedas para suas transações econômicas internacionais.

No entanto, substituir completamente a infraestrutura de compensação oferecida pelo sistema baseado no dólar é um desafio significativo. A criação de uma alternativa envolve implicações legais e de governança complexas, além de exigir acordos bilaterais entre os bancos centrais. A infraestrutura do dólar tem sido confiável e utilizada por décadas, o que torna difícil substituí-la de forma rápida.

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Apesar das discussões e ameaças simbólicas de afastamento do dólar, os especialistas acreditam que qualquer mudança será marginal e lenta. O domínio do dólar não será facilmente substituído, especialmente nas transações comerciais internacionais.

Em resumo, embora haja declarações de políticos e movimentos em direção a outras moedas no Oriente Médio, a mudança em relação ao domínio do dólar está ocorrendo em um ritmo lento. A guerra na Ucrânia e as sanções impostas pelos EUA são fatores que levaram países da região a considerar alternativas, mas substituir completamente a infraestrutura do dólar é um desafio significativo. O uso do dólar como moeda dominante na região ainda prevalece, apesar das discussões sobre sua desdolarização.

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