Descontos concedidos pelo governo geram também redução nos preços de carros acima de R$ 120 mil

Para aproveitar o grande interesse, concessionárias estão dando descontos para atrair quem quer modelos mais caros do que o limite definido pelo governo para benefícios fiscais

(Foto: Marcelo Camargo/ABr)


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247 - Várias montadoras de veículos decidiram adotar uma estratégia para impulsionar as vendas e aproveitar o momento em que as concessionárias estão lotadas nos últimos dias. Após o anúncio do governo federal, na semana passada, sobre a isenção de impostos de até R$ 8 mil na compra de carros novos que custam até R$ 120 mil, algumas montadoras reduziram os preços de modelos vendidos acima desse valor, informa o jornal O Tempo. O objetivo é atrair consumidores da classe média e não se limitar apenas aos carros mais baratos.

A Hyundai, por exemplo, registrou uma alta demanda pelo modelo HB20 Sense 1.0, cujo preço caiu de R$ 82.290 para R$ 69.990. Além disso, o preço do Creta, que anteriormente era de R$ 132.890, foi reduzido para R$ 127.890. Segundo os vendedores da concessionária Autoville, em Contagem (MG), a própria fabricante concedeu um desconto de R$ 5 mil no valor do Creta. Na manhã da última terça-feira (13), 15 pessoas ligaram para agendar visitas, sendo que uma delas estava interessada no Creta e as demais no HB20.

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Seguindo uma abordagem semelhante, a Jeep conseguiu vender todo o estoque do Renegade Sport em Minas Gerais. Com uma bonificação de R$ 15 mil oferecida pela montadora, o veículo passou a ser comercializado por R$ 119.990, ficando abaixo do limite de R$ 120 mil estabelecido pelo governo federal. Além disso, o Renegade Sport também obteve um desconto adicional de R$ 4 mil referente à isenção de impostos federais, totalizando uma queda significativa de preço de R$ 134.990 para R$ 115.990. O gerente de vendas da Roma Jeep Contagem, Edilberto Lipinski, afirmou que os dois exemplares disponíveis na loja foram vendidos rapidamente e não há mais disponibilidade em nenhum lugar.

Impulsionada pelo sucesso de vendas do modelo Sport, a Jeep também reduziu o preço do Renegade Turbo, que antes custava R$ 124.990 e passou a ser vendido por R$ 115.990, com um desconto de R$ 5 mil oferecido pela montadora e mais R$ 4 mil provenientes do governo federal.

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A fim de aumentar as vendas de veículos acima da faixa de isenção proposta pelo governo, a concessionária Roma Fiat decidiu oferecer condições especiais para o Fastback, um dos modelos mais procurados pelos clientes que buscam carros mais completos da marca. O interessado pode dar 60% de entrada e parcelar o restante do valor em 36 vezes sem juros. Além disso, é possível obter um desconto adicional ou mais itens opcionais. O Fastback, que custa R$ 133.990, é o único SUV Coupé totalmente brasileiro, com motor fabricado em Minas Gerais, e possui a mesma tecnologia dos modelos importados.

Outra concessionária que reduziu o preço de um modelo um pouco acima de R$ 120 mil foi a Jorlan, localizada na avenida Barão Homem de Melo, no bairro Estoril, região Oeste de Belo Horizonte (MG). O SUV Tracker, da Chevrolet, que anteriormente tinha um preço inicial de R$ 123.490, está disponível com um desconto especial de R$ 5 mil, oferecido pela própria loja.

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Essa estratégia das montadoras e concessionárias em reduzir os preços de alguns modelos acima de R$ 120 mil visa atender à parcela da classe média que deseja trocar de carro nesse período. Segundo Gustavo Viana, diretor regional da Becomex, empresa brasileira de consultoria para montadoras de veículos, as montadoras estão buscando uma maior saída de veículos, mesmo que não sejam os mais populares. Ele destaca que carros como o Renegade e o Creta possuem um valor agregado um pouco mais alto, mas se enquadram no modelo de eficiência energética por terem um motor flex, além de terem um índice de conteúdo regional adequado. Viana ressalta que essa estratégia pode beneficiar a classe média, atendendo às suas necessidades durante esse momento.

No entanto, o diretor da Becomex criticou o limite de R$ 500 milhões de isenção de impostos federais, que pode levar o pacote de incentivos a durar apenas 30 dias, um prazo muito menor do que os quatro meses inicialmente previstos pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Embora haja um aumento momentâneo no volume de carros vendidos, o especialista afirma que isso não resolverá efetivamente o processo de reaquecimento econômico proposto pelo governo.

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