CVM corre o risco de ser capturada pelo mercado financeiro e pela direita

Movimento estaria sendo articulado por Marcos Barbosa Pinto, secretário da Fazenda, que colocar na CVM figuras ligadas a escritórios societários e a Marcelo Trindade

Marcos Barbosa Pinto
Marcos Barbosa Pinto (Foto: CVM | Edu Andrade/Ascom/MF)


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247 - Com a renúncia de Alexandre Rangel, indicado por Jair Bolsonaro (PL) para a diretoria da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a atuação dos lobbies para preencher o cargo ganhou força desde quarta-feira. No entanto, a autarquia está sob risco de ser capturada pelo mercado financeiro e pela direita.

O movimento, segundo relata reportagem da CartaCapital, está sendo articulado por Marcos Barbosa Pinto, secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda. Ele quer emplacar na CVM figuras ligadas a escritórios societários no Rio de Janeiro e a Marcelo Trindade, que foi candidato a governador do estado pelo Novo.

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O objetivo dele, de acordo com a matéria, é criar condições na CVM para, no futuro, se candidatar a presidente da autarquia. Barbosa Pinto já trabalhou em outros cargos públicos em gestões petistas, mas também já atuou na Gávea Investimentos, de Armínio Fraga, e no escritório de Marcelo Trindade

Um investidor institucional afirma conta que “grandes escritórios estão se movimentando para lotear os cargos da CVM, principalmente na diretoria”.

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No cenário atual, os candidatos mais lembrados para ocupar a vaga na diretoria da CVM são ­Marina Copola, do Yazbek Advogados, Gabriela Codorniz, ex-sócia do Trindade Advogados, Laura Patella, do E.Munhoz Advogados, e Igor Muniz, advogado interno da Petrobrás. Muniz conta com apoios importantes e está no jurídico da Petrobrás há 20 anos, mas manobras podem levar o governo Lula (PT) a colocar nomes da direita no posto.

O que é a CVM? - A Comissão de Valores Mobiliários é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda do Brasil e tem como principal objetivo regular, desenvolver e fiscalizar o mercado de valores mobiliários no país.

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A CVM foi criada em 1976 pela Lei nº 6.385, e sua função é assegurar a transparência, a eficiência e a confiabilidade desse mercado, protegendo os investidores e promovendo o seu adequado funcionamento. Ela exerce um papel fundamental na regulação e supervisão das atividades relacionadas a valores mobiliários, que incluem ações, debêntures, fundos de investimento, derivativos, entre outros.

Dentre suas atribuições, a CVM é responsável por aprovar e fiscalizar o funcionamento dos intermediários financeiros, como corretoras e distribuidoras de valores mobiliários, além de regular e supervisionar a atuação das companhias abertas, que são as empresas com ações negociadas em bolsa de valores. A comissão também é responsável por fiscalizar a divulgação de informações relevantes ao mercado, combater práticas ilegais, como o uso de informações privilegiadas, e aplicar sanções em caso de infrações.

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Em resumo, a CVM desempenha um papel importante na regulação e supervisão do mercado de valores mobiliários no Brasil, garantindo a segurança e a confiança dos investidores e contribuindo para o desenvolvimento do mercado de capitais.

Como são escolhidos os diretores da CVM? - Os diretores da CVM são escolhidos por meio de um processo de indicação e nomeação.

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A indicação dos diretores da CVM é feita pelo presidente da República, com base em uma lista tríplice de nomes elaborada pelo Ministério da Fazenda. Essa lista tríplice é formada a partir de critérios técnicos, levando em consideração a qualificação, a experiência e a reputação dos candidatos.

O Ministério da Economia realiza uma análise dos currículos e das qualificações dos candidatos, buscando selecionar aqueles que possuam conhecimentos e experiência relevantes no campo dos valores mobiliários e do mercado financeiro.

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Após a seleção dos candidatos, o Ministério da Fazenda encaminha a lista tríplice ao presidente, que tem a prerrogativa de escolher um dos indicados para ocupar o cargo de diretor da CVM. Vale ressaltar que essa escolha é discricionária, ou seja, o presidente não é obrigado a escolher um dos nomes da lista tríplice.

Após a nomeação pelo presidente, o indicado passa por um processo de sabatina e aprovação no Senado Federal, onde são realizadas audiências públicas para avaliar a qualificação e a idoneidade do candidato. Caso seja aprovado pelo Senado, o indicado se torna diretor da CVM.

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Os diretores da CVM possuem mandato fixo de cinco anos, podendo ser reconduzidos por mais um mandato. Durante seu mandato, os diretores têm independência e autonomia para exercer suas funções de regulação e fiscalização do mercado de valores mobiliários.

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