Coletivo Nacional dos Eletricitários apelam, em nota, para que Lula intervenha na Eletrobras

A categoria citou como exemplos a Americanas e o Credit Suisse, para destacar a importência de o Estado brasileiro recuperar a empresa do setor elétrico

Eletrobrás
Eletrobrás (Foto: REUTERS)


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Por Denise Assis, para o 247 - O Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), emitiu nota, nesta tarde, condenando a participação de um dos diretores da Eletrobras, Ivan de Souza Monteiro, como presidente do Conselho do Credit Suisse e pedindo o seu afastamento da direção da Eletrobrás. Segundo o conjunto dos eletricitários, Monteiro vai gastar tempo demais nas negociações de recuperação do banco, o que não lhe permitirá cuidar, como se deve, da empresa. 

Apelam ao presidente Lula para que intervenha na Eletrobras, “com a máxima urgência, pois os exemplos da Americanas e do Credit Suisse são mais do que suficientes para mostrar que a União, é uma espécie de rainha da Inglaterra na hora de votar (tem 43% das ações com direito a voto, mas seu voto é limitado a 10%, enquanto qualquer outro investidor com 10% das ações ordinárias tem os mesmos 10% dos votos que a União) simultaneamente ao risco que carrega de maior devedora no caso de uma recuperação judicial.”

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Na nota, pedem o afastamento imediato do presidente do Conselho da empresa: “em virtude do derretimento das ações do Credit Suisse, solicita que o sr. Ivan de Souza Monteiro, presidente do Conselho da Eletrobras (também vice-presidente do Conselho do Credit Suisse Brasil), peça imediatamente afastamento temporário do Conselho da Eletrobras para dedicar-se às recentes questões do banco. Entendemos que a crise do Credit Suisse, que derrubou de maneira contundente as bolsas de valores de Nova Iorque, dos mercados europeus e do Brasil, exige que o presidente Ivan de Souza Monteiro se dedique integralmente ao banco Credit Suisse. Neste contexto, solicitamos seu afastamento temporário do Conselho da Eletrobras”. 

E seguem dizendo que “a complexidade e o dia a dia da Eletrobras exigem dedicação intensa do presidente do Conselho, haja vista as mudanças e problemas estruturais do processo de capitalização da empresa. Ademais, o salário do presidente do CA é astronômico, o que exigiria dedicação exclusiva. O CEO e o chairman são os pilares da governança de qualquer companhia aberta. Hoje, na mídia, há diversas matérias de periódicos do mundo todo sobre os problemas e particularidades do Credit Suisse, cuja reputação está globalmente abalada.” 

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Segundo os eletricitários, a crise do banco suíço pode vir a contaminar a empresa, no Brasil, o que abalaria as suas finanças. “Não queremos o contágio desta crise de confiança do Credit Suisse na reputação e nos valores mobiliários da Eletrobras. Recentemente, a crise da Americanas, que teve constatado um rombo de R$ 40 bilhões no seu balanço, destruindo a vida de milhares de trabalhadores, os sonhos de centenas de pequenos e médios fornecedores e contaminando todo o mercado de crédito bancário do país, gerou diversas repercussões negativas na imagem da Eletrobras. Lembramos que Vicente Falconi, Conselheiro da Eletrobras tem relação íntima e histórica com o trio Lemann, Telles e Sicupira e o conselheiro Pedro Batista de Lima Filho”.

Apontam, ainda, que Lima Filho é fundador da 3G Radar e sócio da 3G Capital. Além deles, Elvira (Diretora Financeira), Wilson (CEO) e Ivan (presidente do CA) tiveram apoio formal da 3G para serem alçados às suas posições atuais. Dada a essencialidade do setor elétrico brasileiro para a vida da sociedade e dinamismo da economia brasileira, pedimos:

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  • que a AGU defenda os bens e direitos da União no capital social e solicite o afastamento temporário do chairman até se passar a grave crise do Credit Suisse (a gestão do banco, em algum momento, poderá ter que prestar esclarecimentos sobre a solvência do banco e as fraquezas no balanço); 
  • que a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional – PGFN e o BNDES, enviem para a governança da Eletrobras a formalização para que a União possa indicar conselheiros no board da Eletrobras, tão abalada pela contaminação que a crise das Americanas (do grupo 3G Capital) e do Credit Suisse trazem a alguns integrantes e respectivamente ao board da Eletrobras; 
  • que o MME convoque os conselheiros Ivan (Credit Suisse) e os conselheiros Pedro e Vicente Falconi (ligados a 3G Capital, dona da Americanas) para questionar as repercussões das crises do Credit Suisse e da Americanas nos papéis da companhia.
  • que o Executivo Brasileiro concentre esforços para levantar os atos lesivos aos bens e direitos da União com a privatização criminosa da Eletrobras, sobretudo no que tange aos erros crassos de precificação da companhia, prejuízos aos consumidores brasileiros, esterilização das ações da União e abusividade das pílulas de veneno aos direitos do erário. Os esforços do Executivo devem se dar na arena de governança, jurídica e política. Fazemos um apelo ao presidente Lula que intervenha com a máxima urgência na Eletrobras, pois os exemplos da Americanas e do Credit Suisse são mais do que suficientes para mostrar que a União, é uma espécie de rainha da Inglaterra na hora de votar (tem 43% das ações com direito a voto, mas seu voto é limitado a 10%, enquanto qualquer outro investidor com 10% das ações ordinárias tem os mesmos 10% dos votos que a União) simultaneamente ao risco que carrega de maior devedora no caso de uma recuperação judicial. A forma em que a União é vilipendiada nos seus bens e direitos na Eletrobras não encontra amparo em nenhum outro mercado de capitais do mundo. Lembramos que o Credit Suisse, que está gerando esta crise de repercussões globais, apoiou abertamente a privatização da Eletrobras e seus analistas sempre se colocaram contra qualquer reivindicação de direito do Estado Brasileiro no capital social da empresa. Coletivo Nacional dos Eletricitários

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