“Cheiro de golpe de Estado sobre a vida corporativa”
Expresso do criminalista Jos Carlos Dias, contratado pelo Casino para barrar manobra de Abilio Diniz; O BNDES tem de alavancar a economia e no participar de acordos secretos, acrescentou sobre os R$ 4 bi que o banco pode colocar para fundir Po de Acar e Carrefour
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Marco Damiani_247 – Um dos advogados criminalistas mais respeitados do país, o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias está “analisando, discutindo, avaliando” a melhor forma jurídica para barrar a manobra que tem como pivô o empresário Abilio Diniz. Dias foi contratado pelo grupo Casino para tomar todas as medidas legais no sentido de preservar o contrato vigente entre as duas partes, que impede Abilio de agir em nome do Pão de Açúcar sem a concordância de seus sócios franceses.
“A tentativa que está sendo feita de rasgar um contrato em plena vigor não tem cabimento”, disse José Carlos Dias, agora há pouco, em entrevista exclusiva ao 247. “Sinto no ar um cheiro de golpe de Estado na vida corporativa”, completou. “Há um contrato que está sendo rasgado em praça pública e por trás disso houve um acordo secreto, algo muito mal explicado, o que é muito ruim. Essas coisas podem ser discutidas, mas não da maneira como estão tentando fazer”.
O advogado está atento à reação da mídia sobre todo imbróglio. “A repercussão internacional já está fazendo mal à imagem do Brasil lá fora”, afirmou. “Internamente, boa parte da nossa mídia assumiu uma posição de críticas duras ao que está acontecendo, como o Estadão, em editorial”, lembrou. “No mínimo, todos estão vendo essa manobra de uma forma cautelosa”.
O advogado do grupo Casino comentou o posicionamento do BNDES na armação do negócio. O banco entraria com R$ 4 bilhões, o que corresponderia a 85% do dinheiro envolvido na eventual fusão. “O nosso banco de investimentos tem o papel de alavancar a economia, e não de participar desse tipo de articulação. Por mais que tentem, em sua versão, incluir o BNDES nessa história, para mim ainda não está clara a aceitação do banco sobre tudo isso”.
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