Caso OGX: um confronto entre dois bilionários

A queda de 17,5% nos papis da petrolfera de Eike Batista (dir.), que perdeu R$ 12 bilhes emum dia,foi puxada por um relatrio negativo do BTG Pactual, de Andr Esteves (esq.). Os dois j foram grandes amigos. Hoje, esto em lados opostos



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247 – Há muito tempo se desconfia sobre a consistência das informações apresentadas pelo bilionário Eike Batista ao mercado de capitais. No pregão desta última segunda-feira, os investidores tiveram um choque de realidade quando a consultoria DeGolyer & MacNaughton divulgou um relatório, alertando que o risco de extração do petróleo da OGX é maior do que se imaginava – e que, portanto, as projeções divulgadas pelo bilionário podem estar infladas. Mas o documento que realmente implodiu os papéis da empresa de Eike foi divulgado pelo banco de investimentos BTG Pactual, do também bilionário André Esteves. O Pactual reduziu em R$ 6 o preço alvo da ação da OGX, o que fez com que investidores do mundo inteiro disparassem ordens de venda. O papel, que abriu o dia com queda de 20%, fechou o dia em baixa de 17,5%, reduzindo a fortuna de Eike em R$ 12 bilhões.

O fato surpreendente no relatório do BTG Pactual foi o fato de se tratar do primeiro documento negativo em relação às empresas do grupo EBX. E por trás disso pode estar a relação deteriorada entre os bilionários André Esteves, dono do banco, e Eike Batista. A gota d´água foi uma reportagem de capa publicada na revista Exame, há pouco mais de dois meses. Nela, Eike atribuiu a Esteves o fracasso de uma operação que tentou costurar no fim do governo Lula: a compra da Vale, maior empresa privada do Brasil. Era uma operação complexa, e também Mandrake, em que Eike compraria a Vale com dinheiro... da própria Vale. Isso mesmo. O negócio previa a venda de várias empresas da EBX à Vale. Com esses recursos, Eike compraria a fatia da Bradespar, ligada ao Bradesco, no bloco de controle da mineradora. Era uma costura tão complexa, que Eike chegou até a sugerir que a presidência da empresa fosse entregue ao sindicalista Sérgio Rosa, da Previ, com a intenção de atrair o governo para a operação.

O negócio não foi adiante porque era extremamente lesivo aos interesses da Vale. Apesar disso, Eike passou a culpar Esteves pelo fracasso das negociações com o Bradesco. E, na reportagem da revista Exame, chegou até a vazar mensagens que o bilionário do BTG Pactual teria mandado para o seu celular, buscando uma reaproximação. “O convívio com pessoas como você alimentam (sic) minha vontade de fazer. Te admiro muito, cara”. Esteves, naturalmente, não gostou. E o impacto do relatório do BTG Pactual sobre as ações da OGX foi devastador no pregão de ontem.

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