Campos Neto diz que problema dos juros altos é também do governo e da sociedade

Presidente do BC disse ainda que o Brasil tem problemas estruturais que dificultam uma redução nos juros

Roberto Campos Neto
Roberto Campos Neto (Foto: Raphael Ribeiro/BCB)


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247 - O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, se defendeu das críticas que vem recebendo do presidente Lula pela manutenção da taxa básica de juros em 13,75%. 

Falando a empresários durante um almoço do Grupo Esfera, em São Paulo, o presidente do BC culpou também a sociedade e o governo pelo fato de o país ter os juros reais mais elevados do mundo e disse que o Brasil tem problemas estruturais que dificultam uma redução. 

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"O problema dos juros é de todos, do BC, da sociedade, do governo. A taxa de juro real é alta, mas tenho 42% de crédito direcionado, não só do BNDES. Se eu tiver mais crédito livre, a potência da política monetária aumenta e o juro é mais baixo. Se quer dar crédito subsidiado para todo mundo, a taxa será mais alta. E o país tem um problema estrutural para cortar despesas. O BC é só parte da solução, mas tem que ter participação do Ministério da Fazenda, Congresso", disse Campos Neto, conforme o jornal O Globo

Questionado sobre qual seria a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em sua próxima reunião, no início de maio, Campos Neto desconversou. "Vamos trabalhar para fazer com que a inflação vá para a meta com mínimo de custo para a sociedade possível", disse.

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Campos Neto defendeu ainda que os diretores do BC sejam escolhidos com base em sua capacidade técnica. Segundo ele, a instituição também defende que não haja rupturas no BC, "quando você tem uma pessoa que sai e outra que entra".

Os novos titulares das diretorias de Política Monetária e de Fiscalização do BC serão revelados após a viagem do presidente Lula à China, disse nesta quarta-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.  A comitiva oficial embarcará no dia 10 a Pequim, com retorno previsto para o dia 16 deste mês.

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Ao tratar da questão fiscal, Campos Neto repetiu que acredita que há "ansiedade" em relação ao tema das despesas obrigatórias. Ele lembrou que, ao longo dos anos, os governos sempre tiveram dificuldades para cortar despesas. Também defendeu uma Reforma Administrativa, que, segundo ele, poderia ajudar a cortar a despesa obrigatória do governo como aconteceu em outros países.

"Acho que o Congresso está super construtivo em fazer o melhor papel possível para gerar um arcabouço que dê sustentabilidade à dívida, entendendo as limitações do país, do governo", afirmou o presidente do BC.

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