Câmbio teve o ajuste que a Fiesp esperava, diz diretor

O diretor-adjunto do Departamento de Pesquisas e Estudos Econmicos da Fiesp, Walter Sacca, disse que o atual nvel do cmbio est prximo do que a indstria considera uma cotao de equilbrio



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O diretor-adjunto do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Walter Sacca, disse hoje que o atual nível do câmbio, por volta de R$ 1,80 a R$ 1,85 por dólar, está muito mais próximo do que a indústria considera uma cotação de equilíbrio. "Finalmente aconteceu o ajuste que a Fiesp tanto desejava", afirmou, ressalvando que o dólar se desvalorizou em relação a todas as moedas.

Na avaliação dele, a recente alta da moeda norte-americana em relação ao real foi "súbita e acima da média". "Como todas as mudanças bruscas, temos efeitos negativos no curto prazo, mas no longo prazo teremos efeitos bons", afirmou, referindo-se à rentabilidade das exportações da indústria brasileira.

Apesar disso, Sacca manteve a projeção de crescimento da indústria paulista de 3,5% neste em relação a 2010. "Não haverá melhora no crescimento da indústria até o fim do ano", disse. "A evolução da produção industrial será de acomodação com viés negativo", justificou, numa referência aos termos utilizados nos comunicados do Banco Central ao mercado.

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Essa acomodação, na avaliação dele, pode ser observada na pesquisa Sensor divulgada hoje. Em setembro, o indicador, que varia de 0 a 100 pontos, atingiu 48,9 pontos, abaixo dos 50 pontos que são considerados um nível de equilíbrio. Entre os itens que compõem o Sensor, o pior resultado foi o dos estoques, que registrou 38,1 pontos, o mais baixo desde abril de 2009.

"Os estoques da indústria de transformação têm crescido muito", disse. Sacca comparou o desempenho da indústria com o do comércio, que segundo ele deve registrar expansão de 11% neste ano. "O comércio cresce com a venda de produtos importados", afirmou.

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Entre os destaques do Indicador de Nível de Atividade (INA) divulgado hoje, Sacca citou o setor de papel e celulose, que encolheu 0,9% ante julho, com ajuste sazonal. "Foi uma queda mais acentuada que a dos demais setores da indústria e a tendência não é positiva", afirmou. Segundo ele, isso acontece porque o País exporta celulose e importa papel.

Outro setor citado por Sacca foi o de metalurgia básica, com alta de 1,2% no nível de atividade em agosto ante julho, com ajuste. "Tivemos uma recuperação neste mês, mas não suficiente para reverter a queda dos últimos meses", disse. O setor acumula retração de 1,5% nos últimos 12 meses. O destaque positivo foi o de minerais não metálicos, com alta de 1,5% ante julho, com ajuste.

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