Brasil entra no jogo da "Coca-Cola do leite"

Lcteos BR pode se juntar Parmalat para impedir o controle total da empresa pela francesa Lactalis. O que est em jogo a formao da maior empresa global de leite



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Roberta Namour, correspondente do 247 de Paris

O Brasil pode atrapalhar os planos do grupo francês Lactalis de comprar a italiana Parmalat. A brasileira Lácteos Brasil (LBR) quer entrar como acionista na aliança que está sendo formada em Roma para bloquear a aquisição. A empresa enviou uma carta aos bancos que estão organizando o consórcio, dizendo que deseja injetar 200 milhões de euros no negócio. «A ideia é ter um parceiro industrial nacional e outro internacional, como a Lácteos», confidenciou uma fonte da Parmalat. Na manhã de ontem, a francesa, que já detém 29% do capital da italiana, fez uma oferta de compra hostil no valor de 3,4 bilhões. A Lactalis anunciou que não medirá esforços para atingir seu objetivo. Ela poderá, inclusive, comprar a LBR ou a Parmalat Brasil, controlada pelo fundo de investimentos Laep, para impedir o plano de defesa da Itália. Se conseguir se unir à italiana, a Lactalis se tornará a Coca-Cola do leite, sem nenhum concorrente a altura. Esse, aliás, era o sonho de Calisto Tanzi, fundador da Parmalat.

O presidente italiano, Silvio Berlusconi, tem travado um braço de ferro com a França para impedir que isso aconteça. A Caixa de depósitos italiana, mantida pelo governo, modificou recentemente seu estatudo para entrar como parceira em empresas consideradas estratégicas para o País. Ela entrará como acionista no time de resistência da Parmalat. No início de abril, os bancos italianos Intesa Sanpaolo, Mediobanca e UniCredit se declararam dispostos a financiar uma operação alternativa para impedir o controle total da empresa pela Lactalis. O banco Intesa Sanpaolo, que detém 2,4% da Parmalat, é o líder do movimento e tem multiplicado seus contatos para reunir parceiros industriais e financeiros. Desde então, o BNL, filial do banco francês BNP Paribas, se juntou ao grupo para trabalhar na operação. Além da possível fusão com a LBR, o consórcio pretende lançar uma oferta pública de aquisição da Parmalat, que tem capitalização na bolsa de aproximadamente 4 bilhões de euros.

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