Bradesco provisiona R$4,9 bi por exposição à Americanas e lucro do 4º tri desaba

O anúncio mostra como os grandes bancos brasileiros têm preferindo uma abordagem conservadora em relação às prováveis perdas que terão com a varejista

Logo do Bradesco em bicicleta para aluguel, em São Paulo
Logo do Bradesco em bicicleta para aluguel, em São Paulo (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

(Reuters) - O Bradesco fez uma provisão extra de 4,9 bilhões de reais para cobrir toda sua exposição à Americanas, o que levou o banco a registrar uma queda severa do lucro no quarto trimestre.

O segundo maior banco privado do país anunciou nesta quinta-feira que seu lucro recorrente de outubro a dezembro de 2022 somou 1,6 bilhão de reais, queda de 75,9% ante mesmo período do ano anterior e bastante aquém da projeção média de analistas consultados pela Refinitiv, de 4,4 bilhões de reais.

continua após o anúncio

O anúncio mostra como os grandes bancos brasileiros têm preferindo uma abordagem conservadora em relação às prováveis perdas que terão com a varejista, que pediu recuperação judicial no mês passado após reportar "inconsistências contábeis" de cerca de 20 bilhões de reais.

Na terça-feira, o Itaú Unibanco, maior banco privado do país, havia anunciado uma provisão extra de 1,3 bilhão de reais no balanço do quarto trimestre, também para cobrir 100% da exposição à Americanas. Na semana passada, o Santander Brasil também anunciara uma provisão extra para o caso, porém sem citar números.

continua após o anúncio

No Bradesco, porém, além da exposição bastante superior à Americanas, o episódio distanciou o banco ainda mais do desempenho de rivais como Itaú e Banco do Brasil, uma vez que no terceiro trimestre já havia divulgado um conjunto de resultados inferior.

Na época, o presidente-executivo do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, dissera que o banco havia sido atingido por uma "tempestade perfeita".

continua após o anúncio

No quarto trimestre, o Bradesco teve uma surpreendente queda de 1,7% na margem financeira na comparação anual, a 16,7 bilhões de reais, impactada por uma perda de 803 milhões na tesouraria.

Além disso, a qualidade de sua carteira de empréstimos -- que cresceu 9,8%, a 891,9 bilhões de reais -- voltou a piorar, com o índice de inadimplência acima de 90 dias chegando a 4,3%, ante 3,9% no fim de setembro e 2,8% um ano antes, com destaque para os segmentos pessoa física e de pequenas e médias empresas.

continua após o anúncio

Houve piora nos indicadores antecedentes de calotes, como o chamado NPL Creation.

Com isso, a provisão total do Bradesco para perdas esperadas com inadimplência foi de 14,9 bilhões de reais no trimestre, mais do que o dobro do reservado um ano antes.

continua após o anúncio

A rentabilidade sobre o patrimônio líquido, que mede como um banco remunera o capital de seus acionistas, desabou de 17,5% para 3,9% ano a ano. O nível de capital do banco caiu 1 ponto em 3 meses, a 14,8%.

Em nota, Lazari Junior defendeu a posição do banco nos segmentos que tiveram piora nos calotes, alegando que "esse posicionamento se provará acertado ao longo do tempo".

continua após o anúncio

"Estamos trabalhando intensamente em nosso objetivo de alcançar retorno recorrente de pelo menos 18%", adicionou.

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247