Banco Central reduz projeção de expansão do PIB brasileiro

BC v chance alta de recesso em pases desenvolvidos e rev projeo do Produto Interno Bruto de 4% para 3,5% para este ano



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O Banco Central (BC) entende que a complexa situação da economia mundial intensifica o processo de moderação da atividade econômica no Brasil. No Relatório Trimestral de Inflação, os diretores da instituição avaliam que "o processo de moderação em que se encontra a economia - decorrência das ações de política implementadas desde o final do ano passado - tende a ser potencializado pela fragilidade da economia global".

No documento do terceiro trimestre, divulgado na manhã de hoje, o BC reduziu de 4% para 3,5% a projeção de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano.

Na avaliação da autoridade monetária, essa moderação da atividade no Brasil já se manifesta em indicadores. O BC cita como exemplos o fato de a expansão do PIB no segundo trimestre de 2011 ter sido menor que o esperado originalmente. Além disso, os diretores do BC citam o recuo das estimativas de crescimento da economia brasileira em 2011 e também 2012.

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Diante desse ambiente, os diretores do BC avaliam que a desaceleração do ritmo de atividade doméstica torna o balanço de riscos para a inflação mais favorável.

O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton Araújo, afirmou hoje, durante a entrevista à imprensa após a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação do BC, que existe "possibilidade elevada de que ocorra recessão em economias maduras". "No âmbito externo, o nosso cenário contempla substancial redução no ritmo da atividade econômica global", afirmou.

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Araújo repetiu a avaliação de que o baixo crescimento da economia global deve se estender "por um período mais prolongado que o previsto no ultimo relatório". Uma das consequências desse menor ritmo da economia global é observada sobre a dinâmica de preços das commodities (matérias-primas).

Ele citou como exemplo o Índice de Commodities do Banco Central (IC-Br), que registrou no ano passado aumento de 35,4% e, em 2011, conforme dados preliminares, a elevação acumula patamar entre 5% e 6% até setembro, já com o efeito da depreciação cambial. "O que mostra uma dinâmica relativamente benigna dos preços das commodities".

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O diretor destacou logo no início da entrevista que o BC tem tratado da inflação e da perspectiva de "desinflação" - ou seja, inflação menor que a observada no passado. Segundo ele, o conceito é diferente de "deflação" - que mostra contração dos preços.

O diretor de política econômica do Banco Central ressaltou que o cenário de trabalho da instituição contempla moderação da atividade doméstica, com ritmo menos intenso que o observado no primeiro semestre. "O que torna o balanço de riscos para a inflação mais favorável", acrescentou.

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Entre os fatores que tornam o ambiente mais favorável, Araújo destaca que "emergiram sinais de moderação" no mercado de trabalho. Citou ainda recuo no uso da capacidade instalada da economia e também redução do descompasso entre a demanda e a oferta. "Sobre a inflação ao produtor, temos observado alguma moderação", completou.

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