Após privatização, investidores que usaram FGTS na Eletrobras veem tombo de 8,5% nas ações
Queda nas ações da Eletrobras gera preocupação para investidores que utilizaram o FGTS na privatização da empresa
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247 — Um ano após a privatização da Eletrobras, investidores que utilizaram o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para adquirir ações da companhia elétrica enfrentam um tombo de 8,5% em seu investimento, informou o G1. O valor das ações, que foram vendidas a R$ 42 em junho do ano passado, fechou em R$ 38,44 no dia 14 de junho deste ano.
É importante ressaltar que essa variação não leva em consideração os dividendos distribuídos pela empresa no período. Embora a queda no preço das ações não signifique automaticamente prejuízo para os investidores, eles só teriam prejuízo se optassem por vender sua participação na companhia quando o preço estivesse abaixo do valor de compra.
A privatização da Eletrobras foi proposta pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, por meio de uma medida provisória aprovada com alterações pelo Congresso em junho de 2021. Em julho do mesmo ano, o texto foi convertido em lei com a sanção presidencial.
Analistas afirmam que as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que busca reverter a privatização da Eletrobras, têm influenciado negativamente o desempenho das ações. Lula classificou os termos da privatização como "leoninos" e anunciou que a Advocacia-Geral da União entrará na Justiça para rever o contrato considerado prejudicial ao governo.
O governo questiona partes da lei de desestatização da Eletrobras relacionadas ao poder de voto dos acionistas. Segundo alegações do governo, a lei reduziu irregularmente o peso dos votos aos quais teriam direito. Atualmente, o poder público detém 42,61% das ações ordinárias da Eletrobras, mas, devido à lei de desestatização, a proporção de votos do governo foi limitada a 10%. Esse mecanismo foi implementado para evitar que um grupo privado assumisse o controle total da empresa.
Os investidores que utilizaram o FGTS na privatização da Eletrobras têm a opção de resgatar seus investimentos após doze meses da aplicação. No entanto, os recursos retornam para suas contas vinculadas do FGTS e só podem ser sacados em situações previstas por lei, como aposentadoria ou compra da casa própria.
Einar Rivero, diretor comercial da plataforma TradeMap, destaca que as declarações de Lula e as ações do governo têm impactado o preço das ações. No entanto, ele acredita que reverter a privatização seria uma mensagem negativa para os investidores estrangeiros, gerando insegurança no mercado. Rivero também ressalta que muitos investidores já resgataram seus recursos do FGTS investidos na Eletrobras no final do ano passado, migrando para outros fundos de investimento como forma de proteger seu patrimônio.
Apesar das opiniões divergentes, o analista ainda acredita que a aplicação do FGTS na Eletrobras pode render bons resultados no futuro, pois, segundo ele, a empresa privatizada tende a ser mais ágil e eficiente do que quando estava sob controle estatal. No entanto, ele alerta que esses resultados podem ser percebidos a longo prazo, e não em curtos períodos.
Em meio às discussões sobre a privatização da Eletrobras, o ministro afirma que o modelo adotado é criminoso, pois retira o poder de decisão do governo sobre a empresa. A polêmica em torno do tema continua e o desempenho das ações da Eletrobras permanece em destaque no mercado financeiro.
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