Após Biden anunciar plano protecionista para mercado de proteína animal, parlamentares dos EUA querem investigar a JBS
A JBS tem sido alvo de diversos processos no Brasil e tem preocupado os EUA diante do aumento de sua participação no mercado mundial
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247 - Parlamentares dos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia divulgaram, nesta terça-feira, 4, um comunicado pedindo a investigação da empresa brasileira JBS por suas práticas comerciais e possível relação com o desmatamento da Amazônia, informou a Folha de S.Paulo.
Os três parlamentares que elaboraram o comunicado são ligados às principais organizações apoiadas pelos monopólios estrangeiros: Bob Menendez, do Partido Democrata, próximo do presidente dos EUA, Joe Biden; Ian Liddell-Grainger, do Partido Conservador britânico; e Norbert Lins, eurodeputado ligado aos democratas cristãos alemães, de Angela Merkel, e presidente da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu.
Eles pediram às agências de segurança de seus respectivos governos uma investigação coordenada “sobre as práticas de negócios da JBS, de modo a garantir que a companhia seja forçada a operar sob as normas financeiras e ambientais exigidas de todos os negócios”.
“Também encorajamos nossos governos a escrutinar as práticas anticompetitivas da JBS e avaliar se os abusos da companhia podem danificar as cadeias de produção de comida de forma permanente", pedem os parlamentares, que buscam conter a alta participação da JBS no mercado mundial.
Meio ambiente e corrupção
Como pretexto para judicializar as ações contra a JBS, a suposta defesa do meio ambiente e da floresta amazônica. "Permanecemos profundamente preocupados pelo incômodo histórico ambiental da JBS na América do Sul e com o dano que a companhia tem causado na floresta amazônica, por obter gado de fazendas que contribuem para o desmatamento", acusam.
"Na última década, a JBS ganhou notoriedade global por seu envolvimento em um amplo espectro de atividades criminais, tendo assumido a culpa de 1.500 casos de propina no Brasil, assim como de violações para fixar preços. A companhia também assumiu a culpa por violar a lei americana sobre corrupção estrangeira, e ainda tem de pagar bilhões de dólares em multas criminais", prossegue o documento.
Os parlamentares estrangeiros apontaram que Wesley e Joesley Batista permanecem como acionistas majoritários da empresa, apesar de terem sido alvo de vários processos de corrupção. Os dois, no entanto, não estão mais em postos oficiais de comando após a Justiça brasileira, juntamente com a imprensa brasileira, iniciar uma campanha de perseguição contra a empresa, colocando como justificativa a suposta luta contra a corrupção.
A Polícia Federal, em 2016, apontou indícios de corrupção praticada pelo grupo JBS, e em 2017, os irmãos Batista, antecipando-se às investigações, fecharam um acordo de delação com a Procuradoria-Geral da República (PGR), fizeram uma leniência com o Ministério Público Federal (MPF) e acertos com autoridades norte-americanas, abrindo mão de cerca de R$ 12,4 bilhões em ativos próprios.
Em dezembro do ano passado, seis redes europeias de supermercados, como o Carrefour (controlado por um grupo de empresários franceses), anunciaram que pararam de comprar carne do Brasil por desmatamento da floresta amazônica, afetando a brasileira JBS, a maior processadora de carne do mundo — uma das maiores do setor nos EUA. A JBS foi acusada pelo Repórter Brasil de utilizar carne de vacas de pastos em áreas desmatadas ilegalmente.
A nova política de Biden
Nesta segunda-feira, 3, diversos setores da imprensa brasileira noticiaram o novo programa do presidente dos EUA, Joe Biden (Partido Democrata), para diminuir o preço da carne no país, que teve forte alta em 2021. No intervalo de 12 meses, o índice para carnes, aves, peixes e ovos aumentou 12,8%, com o índice para carne bovina crescendo 20,9%. O presidente norte-americano culpa a concentração de mercado entre poucas empresas produtoras como uma das razões para o aumento do valor.
Biden lançou um plano de US$ 1 bilhão para incentivar o avanço de pequenos produtores, como forma de combater a concentração de mercado. A JBS e a também brasileira Marfrig foram citadas em pesquisa publicada pelo site da Casa Branca sobre como as empresas estão usando seu "poder de mercado para aumentar os preços e pagar menos aos agricultores, enquanto pegam cada vez mais para si mesmas", informou o Brasil de Fato.
Do mesmo partido de Biden, o senador Bob Menendez, em agosto de 2021, fez pedido ao Departamento do Tesouro para que investigasse se a empresa brasileira teria usado recursos ilícitos para bancar sua expansão nos EUA, diante de suas grandes aquisições no mercado norte-americano nas últimas décadas.
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