Alta no preço da energia faz 22% dos brasileiros atrasarem a conta para comprar comida

Aumento do preço da energia comprometeu, em média, 50% do orçamento de um quarto dos brasileiros de baixa renda e 25% dos vencimentos de 50% da população

(Foto: Reuters | Reprodução/Twitter)


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247 - A alta nos preços das tarifas de energia elétrica levou cerca de 22% dos brasileiros a trocarem o pagamento da fatura pela aquisição de alimentos básicos, como arroz e feijão, aponta uma pesquisa realizada pelo Ipec para o Instituto Clima e Sociedade (iCS). 

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o estudo mostrou que o aumento do preço da energia comprometeu, em média, 50% do orçamento de um quarto dos brasileiros de baixa renda, além de ter corroído ao menos 25% dos vencimentos de metade da população brasileira.

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De acordo com a reportagem, os maiores cortes de despesas foram registrados nas regiões  Nordeste e no Centro-Oeste, onde um em cada quatro habitantes, 28% e 27%, respectivamente, atrasaram os boletos de pagamento para comprar comida. No geral, quatro entre dez brasileiros reduziram despesas deixando de comprar roupas, sapatos e eletrodomésticos para arcar com a luz, aponta o levantamento. 

A alta da tarifa está atrelada à crise hídrica - 2021 foi o mais seco dos últimos 91 anos, e a contratação de termelétricas pelo Governo Federal, que produzem uma energia mais cara que a gerada por hidrelétricas. O custo desta geração chega a ser dez vezes maior que o preço de referência. Segundo o iCS, esta política energética resultou em uma  alta na tarifa duas vezes acima da inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). 

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Ainda segundo a reportagem, “em valores médios, a luz (tarifa mais impostos) subiu 1,32 vez mais que o IPCA durante os oito anos do governo Lula; 1,1 vez ao longo da gestão da ex-presidente Dilma Rousseff; 2,4 vezes sob Michel Temer e duas vezes no governo Bolsonaro. Bolsonaro deixará um passivo superior a R$ 140 bilhões a ser repassado para os consumidores em 2023 —o que ficará sob a gestão de um segundo mandato ou de um eventual novo governo”.

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